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    Ciência e Cultura

    versão impressa ISSN 0009-6725versão On-line ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. v.55 n.2 São Paulo abr./jun. 2003

     

     

     

    MUDANÇAS CLIMÁTICAS

    Comércio de carbono ganha glossário

     

    O Comitê Executivo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), ligado ao Secretariado para Mudanças Climáticas das Nações Unidas, em sua primeira reunião deste ano, em janeiro, estabeleceu uma série de procedimentos para facilitar a elaboração de projetos dentro do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. O principal deles é um glossário de termos usados no Documento de Concepção de Projeto. Ele define termos como energia renovável ou atividades de melhoria da eficiência energética. Na reunião, também, ficou mais claro o tipo de propostas que se enquadram no MDL.

    Ricardo Esparta, diretor da Ecoinvest, uma das empresas de assessoria financeira na área, diz que já existem alguns projetos sendo negociados no Brasil. Em 2002, o governo do Canadá comprou créditos da Piratini, CGDE, Koblitz Energia S.A., criada na cidade gaúcha para gerar energia a partir da queima de resíduos de madeira.

    Uma outra experiência foi a participação de uma usina de açúcar e álcool de Catanduva (SP), em um leilão do governo holandês. O projeto foi um dos 25 selecionados entre 125, para enviar o detalhamento. A usina já usava o bagaço da cana para gerar energia, mas com pouca eficiência no processo. Com a possibilidade de comercializar o excedente, melhorou sua produtividade. O projeto é, segundo os termos próprios do mecanismo, 'elegível', ou seja, ajuda a reduzir a emissão de CO2.

    Outros brasileiros também devem desfrutar em breve dos benefícios do MDL, mesmo sem ele ter sido implementado. Isso só vai ocorrer caso o Protocolo de Quioto seja ratificado por pelo menos 55 países, incluindo os países desenvolvidos que contabilizarem pelo menos 55% das emissões totais de dióxido de carbono em 1990.

    Dois deles são projetos para geração de energia a partir dos resíduos do processamento de arroz no Rio Grande do Sul. Está prevista a construção de duas pequenas usinas que deverão gerar cerca de 8 megawatts cada uma. A transmissão da energia gerada já foi acordada com distribuidoras gaúchas.

    Com o projeto de Piratini, esses outros dois deverão ser agrupados e apresentados como um grupo de projetos que reduz a emissão de carbono.

    Roberto Shaeffer, professor da Coppe/ UFRJ, único brasileiro a compor o grupo de especialistas em metodologias (Meth Panel), que assessora o Comitê Executivo do MDL em questões técnicas, lembra de outro projeto já bastante divulgado, o Plantar. O Fundo Protótipo de Carbono do Banco Mundial, criado em 1999 para financiar projetos de redução de CO2 na atmosfera, associou-se à empresa Plantar, de Curvelo (MG), para produzir ferro-gusa com carvão vegetal proveniente de florestas renováveis certificadas e, com isso, substituir o carvão mineral na siderurgia. "Nesse momento, o que vai valer créditos de carbono é trocar a queima de coque por carvão vegetal. Como a floresta, no momento seguinte, cresce, considera-se que a emissão daquele combustível seja nula", diz ele.

     

    Simone Pallone