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    Ciência e Cultura

    versão impressa ISSN 0009-6725versão On-line ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. v.55 n.2 São Paulo abr./jun. 2003

     

     

    EDUCAÇÃO

    Ensino médico reforma currículos

     

    O reforço da postura ética, do vínculo à realidade brasileira em saúde e integração das escolas com o sistema de saúde local, além de maior estímulo à pesquisa, são as propostas da Diretrizes Curriculares para o Curso de Graduação em Medicina para melhorar a qualidade do ensino médico. A deficiência nessas áreas foi identificada na maioria das 85 escolas de ensino médico existentes no país, das quais 24 concentradas em São Paulo. O objetivo é mudar, em alguns anos, o perfil dos profissionais egressos dessas escolas para que cheguem ao mercado de trabalho com postura crítica, ética, humanística, e formação generalista.

    "A preocupação é formar o médico cidadão. Mas o processo é lento e as mudanças não ocorrem de uma hora para outra", avalia o coordenador da Comissão de Ensino de Graduação da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Emílio Baracat. O primeiro movimento pela formação de médicos generalistas foi há 15 anos, liderado por entidades de classe de alguns estados. Em 1991, surgiu, então, o projeto da Comissão Interinstitucional Nacional de Avaliação do Ensino Médico (Cinaem). "Ao longo dos últimos 10 anos, ocorreram tentativas pontuais em algumas escolas do ensino médico, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade de São Paulo (USP)", acrescenta Baracat.

    Um dos problemas identificados e que mereceu resposta imediata foi a fragmentação do currículo. Além disso, embora 85% a 90% das doenças da população possam ser atendidas no nível primário ou secundário, a formação geral dos médicos não priorizava esse grupo de doenças. Ao contrário, as escolas estimulam a especialização, através da residência médica como uma continuidade natural da graduação; e o mercado reforça essa tendência, com melhor remuneração ao profissional especializado. O Programa Saúde da Família, do Ministério da Saúde, foi um elemento catalisador para a mudança do cenário. Os médicos generalistas passaram a receber incentivo, estimulando mudanças na formação médica, diz Baracat.

    PROMED O Programa de Incentivo à Mudança Curricular para as Escolas Médicas (Promed), lançado pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério da Educação, deverá incrementar as reformas. A iniciativa tem a participação da Organização Panamericana de Saúde (OPAS) e já foi realizada em países da Europa, Canadá e nos Estados Unidos. Para viabilizar as mudanças nos currículos das escolas médicas, o programa investirá recursos em 20 escolas. Cada uma receberá R$ 200 mil, por semestre, durante três anos.

    Cinqüenta e cinco escolas apresentaram projetos para pleitear os investimentos financeiros, a serem distribuídos a partir deste ano. Entre as escolas médicas selecionadas pelo Ministério da Educação estão as das universidades federais de Londrina, Minas Gerais, Pernambuco, Fluminense do Rio de Janeiro, Roraima e da estadual de Campinas. Os recursos serão para contratação de consultores, realização de oficinas, requalificação de professores e compra de material de ensino.

     

    Liliane Gama