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    Ciência e Cultura

    versão impressa ISSN 0009-6725versão On-line ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. v.55 n.2 São Paulo abr./jun. 2003

     

     

    LINGUAGEM

    Governo japonês busca preservar seu idioma

     

    O governo japonês decidiu formar um grupo acadêmico de discussão com 20 lingüistas para deter o avanço de estrangeirismos em seu idioma. A equipe deve reunir-se a cada semestre para apresentar uma lista de palavras japonesas como proposta para substituir termos em inglês correntemente usados pelos japoneses. Para a ministra da Educação do Japão, Atsuko Toyama, a medida se deve ao medo de que a beleza da língua japonesa se perca.

    Os membros do governo que defendem a medida consideram que os jornalistas e os políticos, por serem formadores de opinião e influenciarem o comportamento das pessoas, têm uma parcela considerável de culpa na descaracterização do idioma japonês ao utilizarem com freqüência termos e expressões da língua inglesa. O lingüista Mitsuru Ohki, da Universidade de Kyoto, considera que lutar contra a influência do inglês na língua japonesa, tendência que se acirrou nos últimos três anos com a globalização, é uma batalha perdida.

    "O idioma já está misturado. O japonês é falado com muitos termos em inglês", diz Shemiko Ketsuo, do consulado japonês em São Paulo. "Ao visitar o Japão, nos últimos anos, percebo que é entre os mais jovens que essa influência é maior", conta. "Eles se sentem melhor usando palavras em inglês. Acham que é moderno", acredita. Os japoneses mais conservadores reconhecem que há uma influência secular de outros idiomas em seu vocabulário, e estão preocupados em encontrar expressões equivalentes em japonês para termos como radio e computer.

    Em contrapartida, o próprio Ministério da Educação do Japão busca recursos para financiar a criação de revistas científicas japonesas em inglês na Internet, para ampliar a representatividade do Japão na comunidade científica mundial. Os membros dos conselhos editoriais dessas publicações acadêmicas serão indicados pelas instituições de pesquisa mais significativas do país, e a tecnologia para implementação das revistas em inglês na Internet ficará a cargo do Instituto Nacional de Informática.

     

    Rodrigo Cunha