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    Ciência e Cultura

    Print version ISSN 0009-6725On-line version ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. vol.55 no.2 São Paulo Apr./June 2003

     

    Arte

    IMPRESSIONANTES GUERREIROS DE TERRACOTA

     

    O Pavilhão da Oca no Parque Ibirapuera, em São Paulo, é palco da maior mostra sobre a cultura da China já realizada até hoje no Brasil. As exposições Guerreiros de Xi'an e Tesouros da Cidade Proibida desvendam a extraordinária arte e tradição milenar chinesa, com destaque para os "11 Guerreiros de Xi'an" e demais peças em terracota, descobertas acidentalmente por camponeses na década de 70 e, pela primeira vez, expostas na América Latina.

    As impressionantes peças são em tamanho natural, guerreiros trazidos ao Brasil (soldado da cavalaria, cavalariço ajoelhado, cocheiro, cavalo de carro de combate, oficial de média patente com armadura, guerreiro com armadura, arqueiro em pé, guerreiro em traje de infantaria e general), cujos trajes são compostos por pesadas couraças, capas ou batas longas, cobertas por placas quadrangulares, perneiras e sapatos de bico quadrado. É uma imagem fantástica do mausoléu composto por mais de 7 mil guerreiros - onde nenhum deles é igual a outro - e cem carros de combate de madeira que, sem dúvida, compõem um conjunto arqueológico sem igual na história imperial da China. São os chapéus, através do número de placas existentes, que distinguem os oficiais dos soldados comuns.

    Os soldados parecem marchar em combate ou estar em atividades de treinamento. A produção e enterramento dos exércitos que protegem o túmulo do primeiro imperador Qin Shi Huangdi - que unificou a China em 221 a.C. - demandou uma complexa organização de mão-de-obra, envolvendo um grande número de artesãos e trabalhadores em oficinas. Estima-se que houve uma mobilização de 700 mil homens, vindos de diferentes partes do império, para a realização dos trabalhos que levaram ao todo 38 anos. O impacto dessa empreitada (remoção de terra, corte de madeira e procedimentos de modelação), talvez explique o fato de a região da Província de Shaanxi ter sido sacudida por rebeliões que a destruíram por inteiro, deixando intacto apenas o que estava no subsolo. Em 1987, a Unesco conferiu ao mausoléu o título de Patrimônio da Humanidade.

     

     

    A cenógrafa Daniela Thomas e o arquiteto Felipe Tassara são responsáveis pelas instalações que abrigam as esculturas. O cenário do subsolo recria a sensação do sítio arqueológico em que os guerreiros foram encontrados. "A idéia é fazer as pessoas sentirem essa realidade, por isso contextualizamos o ambiente para todos entenderem de onde os guerreiros vêm, onde foram enterrados", diz Daniela. Para garantir essa sensação, a cenógrafa criou um ambiente labiríntico, com paredes grossas e altas, bem octagonal. Na instalação, os guerreiros são vistos de perto, diferente de como ocorre na China, onde são vistos somente do alto, de cima para baixo.

    Esse projeto integra o Programa Executivo do Acordo de Cooperação Cultural e Educacional entre a China e o Brasil. A nova política externa brasileira definiu a China como um parceiro fundamental. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou a mostra, reafirmando a dimensão dos interesses envolvidos. "Essa exposição é uma primeira janela que abrimos para contemplar e entender a civilização chinesa", disse. O ministro da cultura chinês, Sun Jiazheng, ratificou o interesse, dizendo que inúmeras instituições chinesas mobilizaram-se para a realização dessa mostra.

     

    Mayla Yara Porto

     

    SERVIÇO

    Até 18 de maio - de terça-feira à sexta-feira, das 9h às 21h - sábado e domingo, das 10h às 21h - R$3,50 (estudantes) e R$7,00 - menores de 5 e maiores de 65 anos não pagam.