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    Ciência e Cultura

    versão impressa ISSN 0009-6725versão On-line ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. v.55 n.3 São Paulo jul./set. 2003

     

     

     

    AGRICULTURA

    Aproveitando a biodiversidade do solo tropical

     

    O estudo de solos tropicais de forma integrada, para melhorar a qualidade e aumentar a produção agrícola, é o desafio do projeto financiado em US$ 9 milhões pela GEF/Unep, com prazo de duração de cinco anos. O trabalho "Conservation and sustainable management of below-ground biodiversity" difere de outro principalmente pela integração de diversas áreas da ciência do solo e ao incluir a conscientização da população e o conhecimento da biodiversidade local, conservação e manejo sustentável.

    Um equipe de 44 cientistas de 15 países vai estudar o solo de sete países: Índia, Indonésia, Quênia, Uganda, Costa do Marfim, México e Brasil. O projeto será financiado pelo Global Environmental Facility (GEF) do Programa Ambiental das Nações Unidas (Unep). No Brasil, a coordenadora é Fátima Moreira, do Departamento de Ciência do Solo, da Universidade Federal de Lavras (MG). Os locais escolhidos situam-se no Alto Solimões, nos municípios de Benjamin Constant, Atalaia do Norte e São Paulo de Olivença, por serem locais remotos e com áreas de floresta tropical preservadas.

    "Serão estudadas cinco comunidades que habitam a região: em Novo Paraíso, a tribo indígena Ticuna; em Nova Aliança, a tribo Cocamo; já nas regiões de Vera Cruz, Guanabara e Cidade Nova, a população é composta por caboclos e a mistura entre índios e caboclos," informa Fátima.

    O projeto pretende, também, descobrir como os componentes do solo desempenham funções importantes nos ecossistemas. Microorganismos como bactérias, fungos, algas, protozoários, rotíferos, nematóides, e macroorganismos como ácaros, colembolas, minhocas, formigas, cupins, coleópteros ajudam na ciclagem de nutrientes, na degradação da matéria orgânica, no controle biológico de patógenos, na agregação e estruturação do solo, e na fixação biológica de nitrogênio, entre outras.

    A atividade desses organismos é essencial para a sustentabilidade dos ecossistemas, para produção agrícola e para a vida no planeta, pois podem servir como fornecedores de nutrientes, explica a pesquisadora. No Brasil, a bactéria Bradyrhizobium vem sendo usada em lugar de fertilizantes artificiais: no cultivo de uma área de 14 milhões de hectares de soja, a economia seria de US$1 bilhão ao ano. Na Índia, a reintrodução da minhoca no solo possibilitou um aumento na produção de chá em mais de 300%.

    Oito instituições brasileiras integram o projeto: Universidade Federal de Lavras (MG), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Universidade do Amazonas (AM), Universidade de Brasília (DF), Embrapa-solos (RJ), Fundação Universidade Regional de Blumenau (SC), Universidade Federal de Uberlândia (MG) e o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (USP).

     

    Lúcia Cunha Ortiz