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    Ciência e Cultura

    Print version ISSN 0009-6725On-line version ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. vol.55 no.4 São Paulo Oct./Dec. 2003

     

     

    ECOLOGIA

    Pesquisa revela contaminação da Bacia do Corumbataí

     

    Uma pesquisa realizada no Centro de Estudos Ambientais (CEA) da Unesp de Rio Claro revelou que trechos do rio Corumbataí estão contaminados por coliformes fecais e produtos tóxicos, principalmente após a área urbana de Rio Claro, município do estado de São Paulo. A coordenadora da pesquisa, Sâmia Tauk-Tornisielo, diz que a poluição afeta as cidades que utilizam a água do rio para consumo humano, em especial o município de Piracicaba. A falta de tratamento do esgoto doméstico é a maior causa da poluição do rio, que também é agravada pelo uso de agrotóxicos nas plantações em seu entorno, e pelo desmatamento das matas ciliares em suas margens.

    Desde 1996, o estudo monitora 24 parâmetros para a análise da qualidade da água, entre os quais destacam-se os valores de coliformes fecais presentes na água. "No início de nosso monitoramento o rio Corumbataí estava classificado como Classe 2, o que segundo a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama 20/86), significa que a água serve para consumo humano após tratamento convencional", explica. No entanto, uma parte da pesquisa desenvolvida por Gina Palma-Silva, do Instituto de Biociências da Unesp de Rio Claro, constatou que em alguns pontos do rio, os valores dos parâmetros têm excedido o limite para rios de Classe 3, nos quais a água é imprópria para uso humano, mesmo após tratamento tradicional. "Os valores de coliformes fecais das amostras de água coletadas em 2003 chegaram a ser 28 vezes maiores do que o limite fixado para rios de Classe 2. Desde novembro de 2002, todos os trechos do rio estudados têm ultrapassado o limite máximo ", alerta Sâmia.

     

     

    Outro indicador medido foi o nível de metais pesados presente nos peixes. Essa parte da pesquisa foi desenvolvida por Roberto Göiten, do Departamento de Zoologia da Unesp, e seu doutorando Sidnei Lima Jr. Eles verificaram uma alteração da biodiversidade de peixes em três pontos do rio Corumbataí, sendo que em certos trechos, os peixes estavam impróprios para o consumo humano.

    Esses resultados fazem parte da segunda etapa da série de estudos, em conclusão. A próxima fase inclui análises estatísticas e um modelo matemático para subsidiar a gestão da bacia hidrográfica, além de Análise de Impactos Ambientais (AIA) e um projeto de tratamentos alternativos para as águas e efluentes.