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    Ciência e Cultura

    versión impresa ISSN 0009-6725versión On-line ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. v.56 n.1 São Paulo ene./mar. 2004

     

     

    GEOCIÊNCIAS

    Profissionais querem humanizar atividade

     

    O estudo das geociências deve aproximar-se da realidade das pessoas, conscientizando-as da importância das pesquisas geológicas para o seu progresso e bem-estar. Essa foi uma das decisões da reunião anual da Comissão de Geociências para a Planificação Ambiental (IUGS-Cogeoenvironment)ocorrida em setembro passado em Vilna, capital da Lituânia. A discussão foi provocada pelo presidente da entidade, Edouard Mulder, e ganhou forças com a proposta de declarar 2005 como o Ano Internacional do Planeta Terra. "A idéia é vincular as geociências aos programas de desenvolvimento", explica Bernardino Figueiredo, do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que representou o Brasil e América Latina na reunião.

    A pesquisadora Joy Jacqueline Pereira, da Universidade Kebangsann da Malásia, em seu artigo em parceria com o pesquisador Ibrahim Kommo, destaca a necessidade de os geólogos se conscientizarem de que suas pesquisas têm ação direta na qualidade de vida das pessoas e no desenvolvimento industrial. "A implementação de atividades para o desenvolvimento industrial pode ser classificada em três principais níveis hierárquicos: política de desenvolvimento, planejamento urbano e regional e implementação de políticas públicas. As geociências desempenham papel importante nesses três níveis".

    Para o pesquisador brasileiro, o assunto atraiu a atenção imediata, mas é preciso amadurecer a discussão. "Os geólogos tendem a se comportar diante do tema de acordo com a realidade de seus países. A do Brasil, hoje, é de apoiar as geociências mais voltadas para a solução dos problemas da sociedade, mas essa não é a realidade de outras nações", completa.

    As aplicações dessa área extrapolam questões médicas e ambientais. "Existem os riscos geológicos das grandes cidades, como inundações e deslizamentos, a questão dos recursos hídricos e a busca de recursos minerais e energéticos, como petróleo, carvão e gás. O acesso a esses recursos é fundamental para o desenvolvimento dos outros setores industriais", diz Figueiredo.

     

     

    VALE DO RIBEIRA O assunto já tem um exemplo prático em andamento no Brasil. Trata-se da pesquisa realizada no Vale do Ribeira por várias instituições para analisar a contaminação ambiental e humana por arsênio e outros metais pesados, que tem um caráter "bastante humanitário", considera Figueiredo. Além de produzir um atlas de zoneamento geoambiental da região, sugere alternativas de desenvolvimento econômico e ações amigáveis com o meio ambiente.

    A pesquisa no Vale do Ribeira quer, também, alertar as populações e autoridades sobre a importância de se prever os efeitos da exposição ao arsênio, através de estudos de diagnósticos em determinadas regiões, do conhecimento de fontes especiais e identificação das vias de contaminação.

     

    Gabriela Di Giulio