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    Ciência e Cultura

    versão impressa ISSN 0009-6725versão On-line ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. v.56 n.1 São Paulo jan./mar. 2004

     

    Artes Visuais

    ABCA ABRE ESPAÇO PARA NOVOS ARTISTAS MOSTRAREM SEU TRABALHO

     

    A Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) começa, neste ano de 2004, o seu projeto para descobrir e divulgar artistas novos ou desconhecidos do grande público. Trata-se do Painel ABCA, realizado em convênio com o Museu de Arte Contemporânea (MAC ) da Universidade de São Paulo, sempre com uma exposição coletiva no espaço do MAC- Ibirapuera, na capital paulista, composta de quatro artistas, com pouca participação em exposições coletivas ou individuais, que terão a chance de mostrar seu trabalho, e poderão dispor de uma curadoria especializada de alta qualidade. Na comissão que selecionará os artistas para os eventos estão nomes de peso no cenário das artes, todos críticos e professores: Jorge Coli, da Unicamp, Marco Gianotti, da USP, Percival Tirapeli, da Unesp, e Antonio Santoro, da Faculdade de Belas Artes, sob a coordenação da historiadora e crítica de arte Elvira Vernaschi, que é também a secretária-geral da ABCA.

    "Existe uma grande dificuldade para o artista no início de carreira. A repercussão de seu trabalho ocorre, em geral, a longo prazo, o que desestimula os novos talentos. Para mim, esse projeto é um presente e uma prova maior que jamais se deve abdicar dos sonhos", diz Rosely Demercian, três filhos, que ingressou na Faculdade de Belas de Artes aos 38 anos. Ao concluir o curso de artes plásticas, no final de 2003, foi indicada para participar do Painel por Antonio Santoro.

    Só poderão participar do Painel ABCA artistas que utilizem linguagem contemporânea nos suportes pintura, escultura, gravura e desenho. Também serão aceitas propostas de interação e de multimídia. Pelo convênio, o MAC cede o espaço, faz a montagem e a divulgação da exposição, além de editar um folder coletivo com textos críticos e fotos de obras dos artistas presentes no evento. "O Painel vai compor os eventos do MAC", explica Elvira.

    SELEÇÃO O contato com os jovens artistas pode feito por dois caminhos: os críticos da associação indicam nomes que considerem promissores ou o próprio artista envia seu portfólio para avaliação de até três críticos sugeridos por ele para a curadoria da sua obra. Segundo a coordenadora, esse evento é uma valiosa oportunidade para artistas iniciantes que normalmente não tem espaço ou recursos para mostrar seu trabalho com serviço de crítica especializada gratuita: "Considero que o MAC e a ABCA estão prestando um grande serviço para essa leva de novos artistas".

     

     

    O cenário artístico nacional tem carência desse tipo de evento que pode revelar preciosidades, escondidas pela dificuldade do artista em mostrar seu trabalho e até mesmo de se dedicar exclusivamente a ele. A necessidade de renda obriga muitos a se dividirem entre uma atividade profissional formal e a arte. É o caso de Fernando Vilela, que participa da primeira edição do Painel. Vilela trabalha como web designer e se dedica, paralelamente, às artes plásticas. "O trabalho de arte se completa quando chega à exposição. Quanto mais ele é visto, mais ele se completa como obra de arte", diz Fernando, que considera importante ter um crítico experiente escrevendo sobre seu trabalho. "A crítica é uma interlocutora da obra com o público", diz. "O Painel ABCA contará com críticos experientes, o que pode somar muito aos trabalhos", completa. Fernando vai expor gravuras, pinturas e esculturas em obras onde tenta captar o poético da vida na cidade, "a vida na pedra", como diz.

     

    Patrícia Mariuzzo