Servicios Personalizados
Revista
Articulo
Indicadores
Links relacionados
- Citado por Google
- Similares en SciELO
Compartir
Ciência e Cultura
versión impresa ISSN 0009-6725versión On-line ISSN 2317-6660
Cienc. Cult. v.56 n.2 São Paulo abr./jun. 2004
CAFÉ
Qualidade para exportação é meta oficial brasileira
"O Brasil é o único país capaz de produzir qualquer tipo e qualidade de café que os consumidores demandam: arábica ou robusta, natural, cereja descascado com mucilagem e sem mucilagem ou despolpado, origem única, variedades e blends [(misturas)], volumes grandes ou cafés especiais e também commodities e nichos de mercado; só precisa saber vender os seus produtos industrializados", resume Emília Miya Mori, pesquisadora do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital).
Apesar de ser o maior produtor mundial de café e o maior exportador de café verde em grão, quando se trata de café industrializado, o Brasil fica muito longe da Itália e da Alemanha, campeões em exportação do produto. Entre as iniciativas que buscam alterar esse quadro e ampliar o perfil exportador brasileiro de café torrado e moído (T&M), que tem maior valor agregado, está a conquista de novos mercados e o Programa Setorial Integrado para a Exportação do Café Industrializado (PSI), com validade para o período 2002-2004.
MELHOR BLEND Para Alberto Martins Resende, professor do Departamento de Economia Rural da Universidade Federal de Viçosa (UFV), mais do que deficiência em tecnologia, a qualidade é fator fundamental e é determinada pela matéria-prima utilizada nos blends. O blend de café expresso da Illy Café, por exemplo, de acordo com a pesquisadora do Ital, tem em sua composição, entre outros, café brasileiro, que dá à bebida o corpo importante ao expresso; café colombiano, que é responsável pela característica de suavidade; e cafés da Etiópia com aroma e sabor desejáveis à bebida.
No caso do Brasil, segundo Resende, diante da "incapacidade de desenvolver um padrão desejável de café para exportação, em volume e preço competitivo", para competir no mercado interno a indústria nacional opta por misturas mais baratas, que comprometem a qualidade. Mori ressalta, porém, que as torrefadoras grandes e médias e setor público brasileiro preocupam-se com a inovação tecnológica para a obtenção de cafés de qualidade superior e de origem controlada para a elaboração de blends característicos.
As empresas que integram o PSI, convênio estabelecido entre a Agência de Promoção de Exportadores (Apex) e o Sindicato da Indústria de Café do Estado de São Paulo (Sindicafé-SP), são orientadas a terem um gerenciamento eficiente e trabalharem no conceito de café de qualidade, adequando-se aos mercados mundiais. Além disso, o selo "Cafés do Brasil" é atribuído a produtos e empresas atestados por auditorias e testes laboratoriais de qualidade, com o objetivo de criar uma percepção mundial de qualidade e de excelência do produto nacional.
Maria Carolina Aguiar