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    Ciência e Cultura

    Print version ISSN 0009-6725On-line version ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. vol.56 no.2 São Paulo Apr./June 2004

     

     

     

    EDUCAÇÃO

    Programa oficial norte-americano recebe críticas por aprofundar diferenças sociais

     

    O programa educacional do atual governo norte-americano é criticado por analistas daquele país por aprofundar as diferenças sociais e implantar um sistema eugênico de seleção dos alunos; por direcionar reprovados para uma lista de recrutas de guerra; e infundir o conceito de competição como forma de aprendizado. Para o jornalista Greg Palast, que analisou as conseqüências práticas do programa intitulado No Child Left Behind (Nenhuma Criança Deixada para Trás), os EUA estão implantando um sistema eugênico de seleção em seus estudantes.

    CRIANÇAS EM DESVANTAGEM "A partir dos 8 anos de idade, as crianças são submetidas a um teste simples, onde lêem algumas frases e palavras. A partir desse desempenho, são classificadas - como excelentes, razoáveis e falhas - e os pais, notificados. O problema é que boa parte das crianças que falham fazem parte das minorias étnicas, que geralmente estudam em escolas de menor qualidade, diz Palast. Serão rotuladas como "incapazes" – ou no termo original inglês, disadvantage children - que tanto pode significar "em condições desfavoráveis" como "com qualidade inferior".

     

     

    A eugenia é a busca do "melhoramento genético" da espécie humana, por meio da discriminação racial. O ápice dessa prática deu-se na década de 1940, quando foi incorporada pelos teóricos nazistas que acreditavam na superioridade de pessoas de uma etnia sobre outra. Como julgavam ser os arianos um grupo naturalmente superior, os nazistas propunham a eliminação dos outros grupos étnicos.

    COMPETIÇÃO EM VEZ DE APRENDIZADO Com testes pontuais para avaliar somente os conhecimentos em inglês e em matemática, o programa instaura um clima de competição entre as escolas, que sofrem sanções se seus alunos não progridem anualmente nos resultados obtidos. Ao excluir a avaliação de outras disciplinas como história, geografia e artes, os alunos passam a ser treinados apenas para se saírem bem nos testes. A educadora Rachel B. Tompkins critica, ainda, a publicação dos resultados dos testes de cada escola, por expor as crianças à humilhação pública.

    Outra denúncia relativa à violação da privacidade está em uma das cláusulas do programa, que permite livre acesso dos militares às informações sobre os alunos, com o objetivo de recrutar jovens que não estão se saindo bem na escola. O que só reforça as críticas já existentes de que as forças militares dos EUA têm em seus quadros um número excessivo de representantes das minorias étnicas.

     

    Rafael Evangelista