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    Ciência e Cultura

    versión impresa ISSN 0009-6725versión On-line ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. v.56 n.4 São Paulo oct./dic. 2004

     

     

     

    BIBLIOTECAS

    Estados Unidos e Brasil trocam documentos e criam site sobre história

     

    Fatos históricos comuns ao Brasil e Estados Unidos, como imigração européia, escravidão, luta pela independência são alguns pontos a serem estudados dentro do projeto Brasil e Estados Unidos: expandindo fronteiras, comparando culturas, que reúne no site http://international.loc.gov/intldl/brhtml cerca de 9,8 mil documentos entre imagens, livros raros, manuscritos, mapas e fotografias dos acervos da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, a maior da América Latina (www.bn.br) e da Biblioteca do Congresso, a instituição federal norte-americana fundada em 1800 (www.loc.gov). O conjunto de documentos procura explorar similaridades históricas, contrastes, a diversidade étnica e as intersecções, ao longo da história, entre Brasil e Estados Unidos.

    A seleção do material foi feita por especialistas e historiadores dos dois países, levando em conta a importância e a raridade do documento, o interesse para suas histórias e a possibilidade de escanear o objeto sem danificá-lo, explica Pamela Howard-Reguindin, diretora do escritório brasileiro da Biblioteca do Congresso, cuja sede está há 35 anos no Rio de Janeiro. Além de fortalecer as relações bilaterais, o projeto visa aumentar o nível de conhecimento sobre o Brasil entre o público americano, especialmente entre os estudantes. "O retorno que tivemos até agora foi muito positivo, indicando a alta qualidade dos documentos escolhidos e da técnica de escaneamento, diz Howard-Reguindin.

    O site bilíngüe viabiliza o acesso de pesquisadores americanos, por exemplo, ao Decreto de Extinção da Escravidão no Brasil, ou ao Decreto de Abertura dos Portos, do ano de 1888, pertencentes à Biblioteca Nacional. Dentre os documentos do acervo da Biblioteca do Congresso existe um estudo, publicado em Madri, que discute a divisão do Novo Mundo entre Portugal e Espanha mais de 250 anos depois do Tratado de Tordesilhas de 1494. Os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer o Brasil como um país livre do domínio português e no site podem ser acessadas cartas do presidente norte-americano Thomas Jefferson (1743-1826) sobre o processo de independência.

     

     

    O convênio entre as duas bibliotecas faz parte do projeto Global Gateway ou Portal Global, uma iniciativa da Biblioteca do Congresso de construir bibliotecas digitais e bilíngües com parceiros ao redor do mundo. O objetivo é oferecer amplo acesso do público a um vasto número de documentos históricos e culturais. Espanha, Sibéria, Alasca, Rússia e Países Baixos já tem portais disponíveis ( http://international.loc.gov/intdl/find/ digital_collaborations.html). No caso do Brasil, o projeto dispõe de documentos do século XVIII até os dias de hoje e aborda cinco temas: fundamentos históricos; diversidade étnica; cultura e literatura; impressões mútuas; e biodiversidade. "Por enquanto só a primeira seção está disponível, mas a previsão é concluir todo o projeto em dois anos", diz a diretora. O site começou a funcionar em dezembro de 2003, com apoio financeiro e técnico da Biblioteca do Congresso, da Biblioteca Nacional e da Fundação Vitae de São Paulo.

    A seção "Fundamentos Históricos" dispõe de textos abordando as grandes navegações e o descobrimento do Brasil, o movimento pela independência e os períodos: colonial, imperial e republicano. Cada tópico possui sub-itens e está ilustrado com imagens do acervo. "A coleção da Biblioteca Nacional é o eixo central do projeto e deve dar aos pesquisadores a certeza de que as afirmações históricas podem ser ratificadas com documentação. A idéia original era incluir no site somente documentação referente à história, mas já foram pesquisados outros temas como música e literatura brasileira" explica Célia Zaher, coordenadora geral do projeto no Brasil.

    Para o historiador Célio Tasinafo, doutorando do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, esta é uma iniciativa excelente porque a digitalização de documentos os preserva no sentido material e garante acesso aos pesquisadores. Tasinafo destaca, entre os documentos agora acessíveis por meio do site, os manuscritos do período final do século XVIII e primeira metade do século XIX.

     

     

    Patrícia Mariuzzo