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    Ciência e Cultura

    versión impresa ISSN 0009-6725versión On-line ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. v.56 n.4 São Paulo oct./dic. 2004

     

     

     

    EXPOSIÇÃO

    A reflexão sobre as formas do terror é tema de congresso

     

    "Trauma: novos desenvolvimentos em psicanálise" será o tema principal do 44º Congresso Internacional da Associação Internacional de Psicanálise, a ser realizado no Rio de Janeiro, entre 28 e 31 de julho de 2005. Na mesma época, em São Paulo, será montada a exposição "Terror e Representação"com obras de artistas brasileiros, a ser incluída na programação oficial dos congressistas. O psicanalista Leopold Nosek, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, divide a curadoria com o crítico de arte e cineasta Olívio Tavares de Araújo.

    Não será uma exposição de obras sobre o terror e o terrorismo, e sim obras nas quais o próprio fenômeno da representação artística tenha sido contaminado por essa emoção, tornando-se capaz, por sua vez, de suscitar no espectador uma emoção de natureza semelhante.

    ESPÍRITO HUMANO A partir de idéias freudianas, o terror será entendido como um momento anterior à assimilação intelectual, quando o desconhecido não foi ainda nomeado nem dominado pelos recursos do espírito humano. Tal momento pode resultar de experiências traumáticas diversas, inerentes à própria existência – o amor, a morte – e não apenas de ataques exteriores habitualmente caracterizados como terroristas. Como, por outro lado, toda obra de arte resulta de uma possibilidade de metaforização e implica uma formatação, a exposição trabalhará numa estreita faixa de produção e representação. Entre exemplos de obras já formatadas e ao mesmo tempo ainda contaminadas pelo terror, estão as telas dos últimos anos de Iberê Camargo e as montagens (assemblages) de Farnese de Andrade, com referências ao universo visceral.

     

     

    ACERVO

    SBPSP cria divisão de documentação e pesquisa

     

    No Brasil existem poucos centros especializados em pesquisa na área de história da psicanálise.

    Em sua grande maioria, a documentação conhecida encontra-se dispersa, em situação precária, com risco de desaparecimento. A recente criação da Divisão de Documentação e Pesquisa da História da Psicanálise pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP) visa acolher os fundos pessoais de psicanalistas brasileiros que incluem vasta documentação e obras de arte, constituindo conjuntos de destaque para a compreensão da cultura brasileira. Dentro de uma visão multidisciplinar, este centro permitirá o acesso às fontes primárias únicas, aí armazenadas e processadas.

     

     

     

     

    PIONEIRO O primeiro acervo foi o de Durval Marcondes. Impossível escrever a história da psicanálise no Brasil sem focalizar sua atuação pioneira. Em 1918, Franco da Rocha, professor da Faculdade de Medicina de São Paulo, já divulgava as idéias de Freud em suas aulas, em artigos e conferências, sem contudo as utilizar clinicamente. Foi seu aluno Durval Bellegarde Marcondes, formado em 1924, quem iniciou em seu consultório a prática psicanalítica. Fundou, em 1927, a primeira Sociedade Brasileira de Psicanálise, em sincronia com o movimento psicanalítico internacional. Correspondeu-se com Freud e traduziu em 1930, com J. Correia Barbosa, Cinco lições de psicanálise.

    Propiciou a formação de psicanalistas brasileiros, convidando a primeira analista didata, Adelheid Koch, assim como outros profissionais estrangeiros, e criou o primeiro grupo no país de terapeutas de linha psicanalítica. Relacionou-se com representantes do modernismo literário paulistano, tendo publicado um poema de sua autoria na revista Klaxon, em 1922.

    ACERVO Seu acervo compreende o arquivo pessoal com cerca de 10 mil unidades, entre correspondência, manuscritos e matérias extraídas de periódicos; a biblioteca, com 1765 unidades entre livros, periódicos e separatas de revistas; e uma coleção de arte e objetos pessoais, que inclui quadros, móveis e objetos de adorno.

     

     

    BION 2004

    Encontro internacional em São Paulo

     

    A Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP) realizou em julho passado em São Paulo, o Encontro Bion 2004. O evento, com mais de 400 psicanalistas vindos de países como Alemanha, EUA, Argentina, Peru, Chile, Espanha, Itália, Portugal e Brasil, propiciou uma experiência viva de trabalho baseada nas idéias de Wilfred R. Bion (1897-1979), psicanalista inglês nascido na Índia, considerado um dos mais importantes para a prática clínica da era pós-Freud, juntamente a Melanie Klein e Donald W. Winnicott.

    A obra de Bion, tida como revolucionária, contribui à psicanálise de hoje e suas idéias são debatidas por psicanalistas no mundo todo, em encontros que já foram realizados em 12 países.