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    Ciência e Cultura

    versión impresa ISSN 0009-6725versión On-line ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. v.57 n.2 São Paulo abr./jun. 2005

     

     

    CINEMA

    A linguagem em Desmundo e Como era gostoso meu francês

     

     

    Dois filmes brasileiros podem ser destacados no que se refere a um cuidadoso tratamento lingüístico: Como era gostoso o meu francês, de Nelson Pereira dos Santos (1971) e Desmundo (2003) do diretor Alain Fresnot.

    O primeiro é baseado no diário do viajante alemão Staden, feito prisioneiro pelos índios tupinambás – adeptos do canibalismo – no Brasil do século XVI, e que consegue escapar, voltar para a Alemanha e publicar a sua história. Além da narrativa de Hans Staden, Como era gostoso o meu francês insere elementos relatados por outro viajante da época, o francês Jean de Léry. Os rituais, os costumes e os diálogos em tupi (elaborados pelo cineasta Humberto Mauro) revelam precisão no tratamento etnográfico do cotidiano indígena. A precisão etnográfica aliada à ousadia do cineasta culmina no ritual canibalístico no qual Staden é devorado.

    Desmundo, filme de 2003 do diretor Alain Fresnot, enfoca o Brasil do início da colonização portuguesa. Baseado no livro homônimo de Ana Miranda, o filme narra a trajetória de Oribela, jovem órfã vinda de Portugal para ser entregue como esposa, juntamente com outras mulheres na mesma condição, aos homens da colônia. Com fidelidade à arquitetura colonial e cuidado no tratamento cenográfico para retratar, com verossimilhança, o recém Brasil-Colônia do ano de 1570, os diálogos do filme foram feitos em português arcaico, incluindo-se falas em línguas indígenas e africanas.