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    Ciência e Cultura

    versión impresa ISSN 0009-6725versión On-line ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. v.57 n.2 São Paulo abr./jun. 2005

     

    COMEMORAÇÃO

    A GENIALIDADE NÃO RELATIVA DE EINSTEIN

     

    A comemoração do Ano Mundial da Física em 2005 coincide com duas datas significativas para esse campo do conhecimento: cem anos da publicação da Teoria da Relatividade Restrita e cinqüenta anos da morte de seu criador, Albert Einstein (1987-1955), o mais importante nome da física moderna. Há um século, esse carismático gênio vivia um momento de produção intelectual intensa que fez com que 1905 ficasse conhecido como o "ano milagroso" (annus mirabilis) de Einstein. Além de sua teoria da relatividade, uma série de outros trabalhos importantes sobre fótons, a relação massa-energia e o movimento browniano, que mudaram os rumos da história da ciência, vieram a público. Este ano, o Brasil comemora ainda 80 anos da visita do físico ao país, em maio de 1925.

    Está prevista uma intensa programação em todo mundo, com destaque para Alemanha, país onde Einstein nasceu, e Estados Unidos, onde se naturalizou. Um dos objetivos é aproveitar a data para chamar a atenção do público em geral, em especial dos jovens, para a importância e o impacto da física no mundo contemporâneo.

     

     

    No Brasil, o Ministério da Ciência e Tecnologia anunciou a liberação de R$ 1 milhão para o financiamento das atividades comemorativas. A Sociedade Brasileira de Física programou atividades, como exposições, seminários e palestras em várias regiões do Brasil. A exposição "Einstein e a América Latina" é uma das atividades programadas, expondo o acervo de imagens e documentos sobre a viagem de Einstein ao Brasil e à América Latina.

    PRIMEIROS CONTATOS BRASILEIROS Em 1925, durante sua viagem ao Brasil Einstein fez conferências sobre a Teoria da Relatividade no Clube de Engenharia, na Escola Politécnica do Rio de Janeiro e na Academia Brasileira de Ciências. Esses primeiros contatos, porém, não foram intelectualmente proveitosos pois a platéia ainda conhecia pouco as teorias expostas por Einstein, envolvendo física quântica e a própria Teoria da Relatividade, e olhavam com desconfiança e ceticismo tais idéias "extravagantes" para a época.

    Segundo informações retiradas de artigos de jornais da época, divulgadas no site Einstein no Brasil, mantido pelo pesquisador do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Carlos Alberto dos Santos, em 1919 começaram a aparecer as primeiras referências sobre as descobertas de Einstein e um certo interesse da comunidade científica brasileira por elas. Naquele ano, foi realizada uma expedição de brasileiros e britânicos em Sobral (CE) para observar o eclipse solar e testar a hipótese do efeito da gravidade na propagação da luz de Einstein.

    O primeiro trabalho original sobre relatividade no Brasil foi o artigo publicado, em 1923, "A Teoria da Relatividade e as Raias Espectrais do Hidrogênio" desenvolvido por Teodoro Ramos, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP).

    PONTO DE MUTAÇÃO Em 1905, Einstein utiliza a teoria exposta em 1900 pelo cientista Max Planck sobre emissão e absorção de radiação e explica o efeito fotoelétrico. Alguns anos depois, entre 1911 e 1913, o cientista Niels Bohr desenvolve o primeiro modelo atômico da era moderna, descrevendo o átomo de hidrogênio e dando início à teoria quântica. A descrição do efeito fotoelétrico é vista como uma das maiores contribuições de Einstein para a física moderna e determinante para sua conquista do Nobel de física em 1921. Essas três descobertas feitas por Planck, Einstein e Bohr são apontadas como o "ponto de mutação" para a física moderna, e foram parte do contexto científico que permitiu a elaboração da Teoria da Relatividade.

    OBRAS Ainda no iluminado ano de 1905, Einstein publica o artigo "A inércia de um corpo depende da sua energia?" onde propõe sua famosa equação E=mc2 (energia, "E", é igual à massa, "m", multiplicada pelo quadrado da velocidade da luz, "c_") que demonstra a relação intercambiável entre energia e massa. Essa equação foi usada para obtenção da energia nuclear e também para desenvolver a tecnologia da bomba atômica. Foi também nesse ano que o físico publica a chamada Teoria da Relatividade Restrita ou Especial. Dois anos depois publica o artigo revisado "Sobre o princípio da relatividade e as conclusões tiradas dele", onde introduz as primeiras idéias sobre a Teoria da Relatividade Geral.

     

    Márcia Tait Lima