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    Ciência e Cultura

    versão impressa ISSN 0009-6725versão On-line ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. v.57 n.3 São Paulo jul./set. 2005

     

     

     

     

    NANOTECNOLOGIA

    Menor investimento estatal significa mais poder às empresas

     

    Um dos maiores temores dos pesquisadores em nanotecnologia é que ela se transforme em alvo de tantas controvérsias quanto a transgenia. Para o Erosion, Technology and Concentration Group (ETC Group), ONG que pede por um maior controle social da ciência, ela corre mesmo esse risco se não forem implementadas medidas que diminuam o poder das grandes corporações sobre a pesquisa científica e que permitam ao público tomar decisões sobre o destino e o uso das novas tecnologias.

    Para Silvia Ribeiro, membro da ONG e que há 15 anos dedica-se à pesquisa sobre os impactos sociais da tecnologia, a ciência contemporânea de uma maneira geral já está fora do controle social e do Estado e um dos maiores responsáveis é a redução dos investimentos públicos. "Mais de 95% dos cientistas do mundo têm conexão direta ou indireta com as corporações. A verba pública para a pesquisa tem sido cortada, e as empresas suprem esses recursos, fazendo com que os pesquisadores das universidades trabalhem para elas. Isso não significa que os cientistas sejam antiéticos, mas sem financiamento para a pesquisa a situação se complica".

    CONTROLE SOCIAL A pesquisadora defende que o controle social da ciência pode ajudar a contrabalançar essa situação. "É preciso sinalizar ao cientista que não é correto trabalhar com qualquer tipo de financiamento. Na verdade, os cientistas estão aumentando o lucro das multinacionais e isso é um círculo vicioso, já que elas se tornam cada vez mais poderosas".

    No último Fórum Social Mundial, a nanotecnologia esteve na berlinda, perdendo apenas para a transgenia. Kenneth Gould, pesquisador da Universidade de St. Lawrence (EUA), somou-se ao coro dos que defendem controle mais rígido da tecnologia e pediu uma legislação global que regulamente a nanotecnologia.

     

    Rafael Evangelista