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    Ciência e Cultura

    versión impresa ISSN 0009-6725versión On-line ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. v.58 n.1 São Paulo ene./mar. 2006

     

     

     

    ENSINO NÃO-FORMAL

    Projeto baiano visa estimular formação de jovens cientistas

     

    Davi Marques, 14 anos, já publicou dois livros, o último sobre os chamados carros musculosos – carros pequenos, com motores potentes – muito populares na década de 1960, como o Maverick brasileiro. Davi quer ser engenheiro mecatrônico e construir um carro voador, "para aliviar o congestionamento nas cidades", explica. Alice Daltro, 13 anos, sonha em ser psicóloga e trabalhar com adolescentes e já escreveu um livro de crônicas. Davi e Alice participam do projeto Ciência, Arte & Magia, idealizado pela bióloga Rejane Lira, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), para melhorar a qualidade do ensino das ciências, por meio de núcleos regionais de produção e divulgação científica.

    Com apoio da Finep, existem hoje quatro desses centros de ciências em atividade na Bahia: dois em Salvador, um em Feira de Santana e, o mais recente, em Seabra, na Chapada Diamantina. O projeto atende cem alunos da rede pública, com idades entre 10 e 16 anos, selecionados em entrevista, onde "a escolha não é dos melhores , mas daqueles mais interessados em questões científicas", diz Rejane. A escola fornece o espaço físico e o projeto leva os materiais, como revistas, microscópios, material de laboratório e vídeos.

    CIÊNCIA, ARTE & MAGIA "Os cientistas já foram vistos como magos que através da química, por exemplo, podiam mudar a cor da água. Queremos aproximar os estudantes dessa magia da ciência e, ao mesmo tempo, humanizar a profissão do cientista, mostrando-o como uma pessoa antenada com as necessidades da sociedade", explica a bióloga.

    Os profissionais da área precisam estar preparados para os novos desafios que a ciência impõe."Encontramos professores de química e de biologia que nunca tinham olhado num microscópio", conta Rejane Lira. Para atender essa necessidade, os centros de ciências criam espaços para oferecer experiências atualizadas e montagens experimentais", completa. Os núcleos são formados por professores, estudantes de graduação de química, física, biologia e pedagogia e monitores do ensino fundamental e médio.

    EXPERIMENTOTECA Quando chega ao projeto, o aluno diz que profissão gostaria de seguir e seleciona experimentos que possam se relacionar à área escolhida. Com a ajuda de monitores, ele faz relações entre os resultados da experiência com a profissão. Foi o que aconteceu com Maria Fernanda Lira. Ela tem dez anos e se interessa por direito. Escolheu a experiência onde um copo é colocado sobre uma vela que se apaga por falta de oxigênio, e concluiu que o oxigênio é necessário à vida e que a vida é um direito de todos os cidadãos. Todas essas experiências são guardadas na experimentoteca, para serem usadas como material de trabalho, tanto para a capacitação dos professores quanto para novos alunos.

     

     

    O projeto oferece, ainda, oficinas de divulgação científica. A jornalista Simone Bortoliero, professora da UFBA, coordena a produção de vídeos científicos e, nas oficinas, eles aprendem como operar uma câmera, como editar textos, imagens, sobre produção, entre outras práticas. Um desses vídeos será sobre as cavernas da Chapada Diamantina, destacada pela diversidade de formações geológicas. Além dos vídeos, a divulgação científica prevê fazer um jornal on line com matérias escritas pelos alunos.

     

    Patrícia Mariuzzo