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    Ciência e Cultura

    versión impresa ISSN 0009-6725versión On-line ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. v.58 n.2 São Paulo abr./jun. 2006

     

     

     

    LIVRO

    Dupla terminologia

     

    Em nossa língua, chamamos "chavão", "lugar-comum" a expressão que se repete ad nauseam. Por se terem tornado "clichês" – termo passível de censura pelos puristas de outrora – tais locuções e sentenças parecem confinadas a discursos e situações quase sempre constrangedoras. Digo isso porque, para falar de dois livros, preciso recorrer a um lugar-comum, que só não adjetivo como velho para não agravá-lo. Introdução à terminologia (Contexto, 2004), de Maria da Graça Krieger e Maria José Bocorny Finatto, e Curso básico de terminologia (Edusp, 2004), de Lídia Almeida Barros, são obras que vêm preencher uma lacuna (ei-lo!) na bibliografia sobre terminologia em língua portuguesa.

    Disciplina lingüística voltada para o estudo e a utilização de um conjunto de termos específicos ou sistema de palavras usadas nas chamadas línguas ou linguagens de especialidade, a terminologia é relevante para o avanço de qualquer área do conhecimento.

    O trabalho terminológico é praticado em muitas companhias, organismos, instituições e centros de estudo. Tradutores, lexicógrafos, bibliógrafos, professores, informatas e muitos outros profissionais estão envolvidos com a pesquisa, o uso e a organização de terminologias. Entre outras aplicações, citemos a crucial necessidade de acesso prático à terminologia especializada de um domínio do conhecimento para, por exemplo, a tradução de textos. No caso das linguagens tecnológicas, então, há ainda o lapso natural de alguns anos entre o momento em que dado termo é cunhado ou passa a ser empregado e aquele em que tem entrada e definição num dicionário impresso ou eletrônico de sua língua. Ademais, a maioria dos neologismos lexicais ou semânticos utilizados nas linguagens específicas demanda uma série de considerações diante de qualquer comunidade que os adote. Outro ponto a observar neste campo é a possibilidade cada vez mais difundida de usar métodos da lingüística de corpus para extrair termos semi-automaticamente em questão de horas, o que requer a aplicação de um tratamento a esses textos e termos – também algo imperioso hoje.

    Nesse sentido, esses livros têm uma estrutura bem construída e dão contribuição efetiva aos estudos da área, ao identificar a exposição progressiva do assunto, a linguagem didática, a explicação objetiva dos fundamentos teóricos e dos campos de aplicação. A obra das professoras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Maria Krieger e Maria Finatto –, se divide em duas grandes seções, tratando de pressupostos teóricos e geração de glossários, dicionários especializados e bancos de dados, entre outros. Já o livro de Lídia Barros, professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp), organiza-se em seis capítulos.

    No quadro de carência de títulos sobre o assunto, os dois são merecedores dos louvores da comunidade acadêmica, prontos para contribuir na formação de quadros qualificados nos estudos lexicográficos, lexicológicos, terminográficos e terminológicos, importante alternativa no campo da pesquisa e – frisemos – no mercado de trabalho.

     

    Claudio Cezar Henriques
    é pesquisador da Uerj