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    Ciência e Cultura

    versão impressa ISSN 0009-6725versão On-line ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. v.58 n.3 São Paulo jul./set. 2006

     

     

    PUBLICAÇÕES

    O SÉCULO DE OURO DA HISTÓRIA DA ARTE NO BRASIL

     

    "Estamos vivendo o século de ouro da arte brasileira em termos de publicação", diz o artista plástico e livre docente da Unesp, Percival Tirapeli, que atribui às leis Mendonça e Rouanet, boa parte dos méritos dessa realização. "Sem essas leis estaríamos no fundo do poço". Segundo Tirapeli, até meados da década de 1980 era notória a carência de publicações em história da arte no país. Na década anterior, porém, boa parte do modernismo brasileiro estava coberto pelas publicações, e o barroco e a arte colonial eram constantemente abordados pelo crítico de arte Clarival do Prado Valadares, e pelos Atlas Culturais do professor Silva Telles. Ele destaca, porém, que foi uma época caracterizada por publicações com predominância de texto sobre a imagem, tratando de períodos ou artistas específicos e teses acadêmicas adaptadas. "Havia uma ausência evidente de catálogos e livros intermediários de grandes produções acadêmicas e gráficas", diz o artista.

    Apenas em meados da década passada essa situação se modifica devido às leis de incentivo à cultura, à importância que ela passa a ter na cidade de São Paulo, e ao maior interesse de investimentos públicos e privados em arte em todo o país. É quando começam ocorrer megaexposições e a publicação de seus catálogos como A mão afro-brasileira e O universo mágico do barroco, ambos sob a curadoria de Emanoel Araújo, ou a exposição das obras de Auguste Rodin, na Pinacoteca do Estado, na capital paulista. "Entre 1995 e 2000 é o auge das publicações de alto nível sobre arte brasileira e das exposições", o que para Tirapeli reflete-se num aumento da procura por cursos de história da arte a partir desse mesmo período. "A reabertura ou criação de galerias de arte aumentou também, a demanda por profissionais na área. É uma consolidação da luta da arte-educadora Ana Mae Barbosa, em 1977, pela implementação da educação artística como disciplina nas escolas", relembra Tirapeli.

    "São Paulo passou a ser uma cidade cultural, ela não é mais fabril. É uma cidade que ganhou uma nova visibilidade e que recebe pessoas dos mais variados lugares em busca de cultura e lazer". Além disso, o artista plástico detecta uma confluência de interesses de instituições financeiras e bancárias nacionais e internacionais pelas artes, assim como de outros investimentos públicos e privados.

     

     

    COLEÇÃO ARTE BRASILEIRA Nesse novo panorama, acaba de ser lançada a primeira coleção seriada paradidática sobre arte brasileira, voltada para alunos a partir do início do ensino médio. A autoria é de Percival Tirapeli, que organizou a coleção em cinco volumes: Arte indígena: do pré-colonial à contemporaneidade; Arte colonial: do barroco ao rococó; Arte imperial: do neoclássico ao ecletismo; Arte moderna e contemporânea: figuração, abstração e novos meios; Arte popular. Os primeiros quatro volumes saíram em junho, e o quinto volume será lançado na semana do folclore, em agosto, todos pela Companhia Editora Nacional.

    PARADIDÁTICOS Segundo Tirapeli, existem diversas publicações específicas sobre determinados períodos da história da arte ou sobre alguns artistas, assim como livros gerais sobre aspectos da história da arte, mas não uma coleção seriada sobre o tema no Brasil. Essa é uma área carente de publicações, em especial para o público-alvo a quem a coleção se destina. A coleção de Tirapeli aborda a história da arte no país, focalizando em especial as artes plásticas e a arquitetura, presentes em museus e locais públicos. Em cada volume tem uma apresentação do assunto, com análises das obras de arte, incluindo ainda sugestões de leituras, um glossário detalhado, bibliografia, endereços de sites e destaques para as publicações de fácil acesso.

     

    Marta Kanashiro