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    Ciência e Cultura

    versión impresa ISSN 0009-6725versión On-line ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. v.58 n.3 São Paulo jul./sep. 2006

     

     

    LITERATURA/HUMOR

    AGENDA CULTURAL INCLUI PARATY E PIRACICABA

     

    O Salão de Humor de Piracicaba (SP) e a Festa Literária de Paraty (RJ) já se tornaram datas no calendário cultural do Sudeste e têm funcionado, ao longo dos anos, como multiplicadores das atividades artísticas que promovem. No caso do exemplo mais antigo, o salão de Piracicaba já entra em sua 32ª edição em agosto próximo, considerado um dos mais importantes eventos internacionais no campo das artes gráficas e das histórias em quadrinhos. Seu acervo soma 290 trabalhos que retratam a época e o sentimento que norteou a produção cultural e, é claro, a visão de cada cartunista. Na pacata e histórica Parati, no litoral fluminense, em agosto se repete pelo quarto ano consecutivo a Flip, que se tornou rapidamente um dos principais acontecimentos literários do país.

    O Salão de Humor de Piracicaba foi idealizado na década de 1970 para incentivar a descoberta de novos talentos nas artes gráficas. A cada ano cresce o número de inscritos para a exposição principal que recebeu 1.800 desenhos de 27 países e 18 estados brasileiros no ano passado. Para Maria Ivete Araújo Marcolino, diretora do Centro Nacional de Humor Gráfico, o apoio do poder público contribuiu para a longevidade do Salão. "A partir do momento em que a prefeitura de Piracicaba abraçou o projeto, o evento passou a integrar o cronograma orçamentário da secretaria de cultura da cidade, que o patrocina, garantindo funcionários e local das exposições, assegurando sua continuidade", afirma.

    FILHOTES Na trilha do pioneiro, outros eventos semelhantes têm acontecido pelo Brasil afora. Um deles é o Salão de Humor de Piauí, já na 23ª edição. "O artista gráfico só tem como opção as publicações como veículo para mostrar seu trabalho. Os Salões dão visibilidade e abrem espaço no mercado de trabalho", salienta Maria Ivete.

    Como outro desdobramento do Salão de Piracicaba está a criação do Centro Nacional de Humor Gráfico que, além de organizar a exposição principal, é responsável por todos os eventos que ocorrem paralelamente. O Centro coordena também o projeto "Humor nas escolas", com cursos de formação para professores e oficinas de desenho para crianças da rede pública de ensino. "O trabalho acontece ao longo do ano, difundindo as artes gráficas e incentivando as crianças a participarem do Salãozinho do Humor", explica Maria Ivete. A tradição do Salão e a variedade de opções de atividades para o público – em 2005 foram 10 mostras paralelas, teatro, concurso de piadas, oficinas de desenho e o Salãozinho – atraíram 50 mil visitantes no ano passado.

     

     

    TENDA LITERÁRIA A capacidade de atrair grande público para as artes se repete em Paraty. A primeira edição, em 2003, teve pouco mais de mil pessoas; em 2004, a freqüência mais que dobrou e, no ano passado, o número de turistas durante os dias do evento bateu em 12 mil. A expectativa da festa deste ano- entre os dias 9 e 13 de agosto – e repetir a fórmula de homenagear um escritor brasileiro e o escolhido foi Jorge Amado, além de trazer grandes nomes da literatura contemporânea, como os americanos Nicole Krauss (A história do amor), Jonathan Safran Foer (Tudo se ilumina) e o britânico Benjamin Zephaniah.

    Seguindo a já tradição de introduzir novos talentos no cenário das letras, a Flip convidou a freira e escritora Maria Valéria Rezende, autora de O vôo da guará vermelha que conta a história de amor entre um pedreiro e uma prostituta portadora de HIV. O livro foi vendido para Portugal, Espanha e França.

    A exemplo do evento em Piracicaba, também Paraty fica tomada pelo espírito da festa literária durante o ano todo. A Associação Casa Azul, organizadora oficial da Flip, desenvolve extenso programa educativo em conjunto com a rede escolar: a ciranda de leitura, ciranda de autores e ilustradores, ciranda de máscaras e bonecos e biblioteca itinerante são algumas das ações cujo resultado é apresentado na "Flipinha". Para o editor da Ateliê Editorial, Plínio Martins, tais eventos são fundamentais na popularização dos livros.

     

    Patrícia Mariuzzo