SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.60 issue1 author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Services on Demand

Journal

Article

Indicators

    Related links

    • On index processCited by Google
    • Have no similar articlesSimilars in SciELO

    Share


    Ciência e Cultura

    Print version ISSN 0009-6725On-line version ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. vol.60 no.1 São Paulo  2008

     

     

     

     

    HUMOR

    Cartunista faz graça com o mundo da ciência

     

    Se fazer humor em geral, seja cartuns, charges ou caricatura, já exige uma dose especial de talento, buscar o riso abordando temas científicos é ainda mais desafiador. Pois Sidney Harris construiu uma longa e profícua carreira exatamente nesse universo espinhoso do humor na ciência. Para conhecer melhor a obra desse cartunista norte-americano a Editora Unesp lançou uma coletânea das obras, traduzida para o português, em A ciência ri.

    A publicação reúne 240 cartuns de Harris sobre variadas áreas da ciência, além de abordar temas bem atuais. Cientistas ícones como Galileu, Newton e Einstein estão entre seus personagens mais recorrentes ao lado de figuras bíblicas com o Moisés, Adão e Eva.

    Harris não se intimida com tópicos complexos ou sisudos e consegue fazer graça até com personalidades da ciência. Ao cartunista foi atribuído o índice de 99% de sucesso de riso por ninguém menos que Linus Pauling, criador da Teoria de Ligação de Valência e Prêmio Nobel de Química. Ao ser perguntado sobre o que havia de engraçado na ciência, o bioquímico e escritor de ficção científica, Isaac Asimov, foi categórico: "Sidney Harris".

    A desenvoltura com que Harris trata da práxis científica, sem ser cientista, é surpreendente. Aborda com propriedade temas como a subjetividade do pesquisador na escolha dos dados, a ditadura dos paradigmas e a relação da pesquisa com suas fontes de financiamento. A qualidade de sua produção o fez o mais requisitado cartunista científico dos EUA.

    Sua carreira começou por puro interesse pela área. No início da década de 1970, caiu-lhe nas mãos o endereço da revista American Scientist, e ele resolveu enviar alguns trabalhos. A revista gostou e pediu mais. Daí foi um passo para seus cartuns aparecerem em publicações científicas como Science e Discover, e também de outros gêneros, The New Yorker, The Wall Street Journal e Playboy. A diversidade de veículos de comunicação que publicaram trabalhos seus atesta o caráter democrático da obra de Harris, acessível a leigos e cientistas.

     

    Fábio Reynol