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Ciência e Cultura
versão impressa ISSN 0009-6725versão On-line ISSN 2317-6660
Cienc. Cult. v.60 n.1 São Paulo 2008
MARIANA IANELLI
ALMÁDENA "Vive assim como quiseras ter vivido quando morras." |
Almádena, ensina-me a voltar. Já varri todos os mortos, Está feito, celebrado. Janelas e portas abertas, Eu me traí, Almádena. Agora chove, Está chovendo ainda. | A lua do amarelo ao sono Eu desapareci, Almádena. Nada cumpre dizer Há uma única lâmpada, Há uma chave que nada guarda. A terra esplandece, Eu me perdi, Almádena. |
Não há rumor nas coisas, Aqui não existe o medo, Está pronto, terminado. Um rasgo, um passo em falso, Eu me esqueci, Almádena. | As cores, como elas vibram, Eu desço e me arrebento, O céu sobre todas as torres, O corpo está servido, Protege-me, Almádena. |
Mariana Ianelli nasceu em 1979 na cidade de São Paulo. Formada em jornalismo e mestre em literatura e crítica literária, é autora dos livros Trajetória de antes (1999), Duas Chagas (2001), Passagens (2003), Fazer silêncio (2005) e Almádena (2007), todos pela editora Iluminuras. Colabora para os jornais O Globo - Prosa&Verso (RJ) e Rascunho (PR). Site oficial: www.uol.com.br/marianaianelli