SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.60 número2 índice de autoresíndice de materiabúsqueda de artículos
Home Pagelista alfabética de revistas  

Servicios Personalizados

Revista

Articulo

Indicadores

    Links relacionados

    • En proceso de indezaciónCitado por Google
    • No hay articulos similaresSimilares en SciELO

    Compartir


    Ciência e Cultura

    versión impresa ISSN 0009-6725versión On-line ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. v.60 n.2 São Paulo  2008

     

     

    FÁBIO ARISTIMUNHO VARGAS

     

    ELEGIA AO HELICÓPTERO

    a partir de 'Quarteto para
    helicópteros', de K. Stockhausen

    PEQUENAS INCONFIDÊNCIAS (I)
    As pás que cavam o

    Queria ser revoltado.

      equilíbrio são as mesmas Usar jeans rasgado, militar na esquerda.
    que introduzem Mas sou filho da classe C,
      a força dispersiva: suas esperança de casa,
      tinha que fazer direito.
    revoluções – pessoais – Acabei é fazendo poemas.
      que se acabam no ponto Hoje são palavras. Se voltam contra mim.
    de partida. A inércia  
      vertical é compensada  
     
    pela vertigem que  
      lhe redime as asas, feito  
    uma queda horizontal  
      que dispensa horizontes.  
     
    De sua rota centrípeta  
      (não a itinerária,  
    mas de um curso mais  
      íntimo) imitar o insondável  
     
    eixo é um exercício  
      de solidão: misantropo  
    de si, como abdicar da  
    própria companhia?  

     

    TRÍPTICO

    para luciana rosa

    1. O pão Serão tragadas
    ao chão.   pelas micro-
      Faca untada   ondas
      na mão,   faraônicas
      sem o pão,   do silício.
      inútil.    
      Mão, faca: 3. Gira a hélice
      comunhão   no auge seu
      inconsútil,   (eu?)
      estática.   o helicóptero
      Pão:   que, sem ela,
      o chão   não confronta
      deglute-o,   o chão nem
      que nada   chega ao céu.
      é em vão.   Ateu da
          academia,
    2. Antenas:   a fazer que
      precipícios.   deus morreu,
      Faróis   também tenho
      alexandrinos   minha hélice:
      das ondas   eu – eu – eu
      radiofônicas.    
      Afronta    
      ao céu,    
      não à babel    
      de vícios.    

     

     

    Fábio Aristimunho Vargas é poeta e tradutor. Bacharel em direito e mestre pela USP. Autor do livro Medianeira (Quinze & Trinta, 2005). Foi presidente da Academia de Letras da Faculdade de Direito de São Paulo (FDUSP) (1999/2000). É um dos organizadores do Tordesilhas – Festival Ibero-Americano de Poesia Contemporânea. Mantém o blog Medianeiro <medianeiro.blogspot.com>.