CONGRESSO

Especialistas tentam fortalecer conhecimento sobre espécies invasoras

A falta de informações e pesquisa sobre espécies invasoras motivou estudantes ligados à Empresa Júnior de Biologia da Universidade Federal do Maranhão a organizarem o I Congresso de Bioinvasão, de 6 a 9 de abril próximo. Genilson Lima, coordenador geral do evento, acredita que se trata de uma área onde as pesquisas são bastante dispersas e, por isso, bem difícil de reunir especialistas. O evento ocorrerá no Centro de Convenções Governador Pedro Neiva de Santana, em São Luis (MA), e é uma tentativa de fortalecer o tema como área de pesquisa e debater medidas públicas para espécies invasoras no país, cada vez mais um assunto urgente. O foco do congresso serão estudos de casos em áreas terrestres, aquática, marinha, saúde humana e políticas regionais. Todos os debates terão como foco principal a questão do impacto ambiental.

Uma estimativa divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente aponta que cerca de 120 mil espécies já invadiram os Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Índia e Brasil e os prejuízos mundiais estariam na casa de US$ 1,5 trilhão por ano, nada menos que 5% do PIB mundial.

Segundo informações do Instituto Horus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, que apóia o evento e é uma das referências de informações sobre espécies invasoras exóticas, existem hoje no país cerca de 270 espécies catalogadas, sendo 148 animais e o restante representantes da flora. O instituto conta com a colaboração de pesquisadores e especialistas para ampliar essa lista, assim como tem feito o Ministério do Meio Ambiente que, por meio do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (ProBio), está elaborando um informe nacional sobre espécies exóticas invasoras no país. Uma rápida olhada no levantamento do Instituto Horus nos leva a crer que existem muito mais espécies que invadiram o país, a ponto de já tomarmos muitas delas como nativas, tal é sua história e presença em nossa cultura, a saber: animais como búfalo, pardal, gatos e cães, e plantas como a bananeira, jaqueira, mamona, jambolão, tiririca, entre outras.