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    Ciência e Cultura

    versão impressa ISSN 0009-6725versão On-line ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. v.61 n.4 São Paulo  2009

     

     

     

    ANA PELUSO

     

    A ALDEIA DE IO_U

     

     

    A imagem acima é a vista aérea virtual da aldeia de io_u. Disse-se de sua ocupação por elementos do meio-oeste alfabético, e do aumento incontrolável de parte de seu território:

    A aldeia de io_u só não é próspera por não ter sido colonizada pelo alfabeto inteiro. Mas isso não impede o crescimento ilícito de parte dela. Basta ver a desproporção da região i em relação às regiões o e u. Com isso, alguns elementos do sul de u migraram para o centro de o (o que sequer era cogitado no projeto inicial) numa tentativa - nitidamente desastrosa - de equiparação de territórios.

    Não há provas, mas resistentes afirmam que a região i recebeu ajuda não oficial de algumas facções do alfabeto, como do l, e do j disfarçado. E de dois expoentes numéricos. O 1 e o 7.

    Há quem acredite que todo expoente numérico participa do aumento ilícito de i, "Afinal, é muito fácil camuflar os números, se grafados de forma digital", afirma um elemento que mora no centro de i, e que prefere não ser identificado.

    Outro, por sua vez, acusa não apenas o expoente numérico, mas o alfabeto inteiro de auxiliar a expansão ilícita de i. "Qualquer letra, grafada de

    forma digital, pode estar camuflada ali, e encontrando-se sobrepostas, que é o que eu acredito que aconteça, jamais provaremos suas participações clandestinas no aumento do tamanho de i."

    O alto comissariado de io_u, contudo, descarta essas possibilidades, com base na alegação de 'ilegitimidade do uso corporativo'. "Não faria o menor sentido io_u não receber ajuda de todo o alfabeto durante a sua colonização, para agora sofrer inflação na região i com infiltrações não oficiais. Mesmo do expoente numérico. Essas afirmações são rídiculas", finalizou o representante chefe do centro do comissariado.

    A base de dados de io_u demonstra relatórios de chuvas crescentes na região, o que leva alguns cientistas a pensarem na possibilidade de inflação holográfica, que teria por base a refração da luz causada pelo excesso de água na região.

    Grosso modo, significaria que a expansão de i em relação a o e u, não passaria de uma ilusão de ótica.

     

     

    Ana Peluso, 1966, paulistana, design gráfica, ilustradora, participou de algumas antologias do grupo Anjos de Prata (edição dos autores), também da Antologia Poetrix (edição dos autores), e Dezamores (Escrituras, 2003), tenta organizar seus dois primeiros livros de poemas. Mantém um blog na internet, o http://laescenadelamemoria.blogspot.com/.