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    Ciência e Cultura

    Print version ISSN 0009-6725On-line version ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. vol.62 no.spe1 São Paulo  2010

     

     

    Sôbre o nome do sapo comum do Estado de São Paulo

     

    M. P. SAWAYA
    Departamento de Zoologia da Universidade de São Paulo

     

     

    Em publicação do Instituto «Miguel Lillo», da Universidade Nacional de Tucuman (*), J. Vellard descreveu os Amphibia-Anura encontrados no chaco Argentino, dentre os quais algumas espécies bastante conhecidas no Brasil. Valendo-se do amplo material por êle observado, procedente de vários países da América do Sul, reexaminou algumas espécies do gênero Bufo, fazendo então uma retificação quanto ao nome de um dos nossos sapos comuns, Bufo ictericus Spix, que êle mesmo, em trabalhos anteriores a 1940, denominou de B. marinus (L.).

    Segundo Vellard, ocorrem duas sub-espécies de Bufo marinus na América do Sul, a saber: B. marinus marinus (L.), cuja distribuição compreende o Estado da Baía, os do Norte, inclusive a região Amazônica, e o oriente boliviano; Bufo marinus paracnemis Lutz, típica dos Estados de Minas e S. Paulo, e espalhada pelo Brasil-central, Paraguai e norte Argentino. Essas duas sub-espécies possuem como caracteres comuns: a) as glândulas paracnêmides ou tibiais, com veneno semelhante ao das paratóides, isto é, de côr alaranjada; b) as paratóides alongadas, terminando em ponta. Nelas, o dimorfismo sexual externo é pouco acentuado, de difícil caracterização. As duas sub-espécies só se distinguem pelo tamanho, sendo B. marinus paracnemis em geral de porte mais avantajado.

    A outra espécie muito conhecida, com dimorfismo sexual externo bem marcante, é Bufo ictericus Spix. Os sinais disjuntivos desta espécie em relação aos sapos citados resumem-se: a) na forma das paratóides, que são arredondadas em ambas as extremidades; b) na côr do veneno, que é branco ou levemente amarelado; c) na ausência da glândula tibial.

    Examinando-se exemplares de sapos encontrados em S. Paulo, pode-se verificar a concordância das diagnoses assinaladas pelo trabalho de Vellard, em relação a Bufo ictericus, provavelmente o mais comum, e B. marinus paracnemis. E' preciso chamar, entretanto, a atenção dos interessados para a tarefa talvez necessária de uma revisão do gênero Bufo, que inclui hodiernamente cêrca de 250 formas das quais cêrca de 70 são das Américas (Smith & Taylor, 1948, An annotated checklist and key to the Amphibia of Mexico, Bull. Unit. Stat. Nat. Museum, n. 194, p. 37).

     

     

    (*) Acta Zool. Lilloana. v. 5, 1948.