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    Ciência e Cultura

    versión impresa ISSN 0009-6725

    Cienc. Cult. vol.63 no.1 São Paulo ene. 2011

    http://dx.doi.org/10.21800/S0009-67252011000100017 

     

    TEATRO

    Espetáculo celebra a química e presta homenagem às mulheres cientistas

     

     

    O grupo Arte e Ciência no Palco (ACP), especializado em trazer para os palcos do teatro histórias com viés científico, prepara uma dupla homenagem para estrear neste ano. Além de celebrar o Ano da Química (data mundial proposta pela Unesco), vai também trazer as diferentes histórias de mulheres cientistas.

    O fio condutor vai ser uma das maiores cientistas da história da química, a polonesa radicada na França Marie Curie (1867-1934). Outra grande personagem, a austríaca Hedy Lamarr (1913-2000) — que alguns podem conhecer pelo sucesso no cinema, mas que também é responsável por um conceito de transmissão de dados que ajudou no desenvolvimento da telefonia de celulares —, também vai estar sob os holofotes. E, além do ponto e contraponto, haverá um terceiro ângulo para a história, o de uma grande cientista brasileira, ainda a ser definida.

    "Temos grandes cientistas brasileiras e, como o processo ainda está em desenvolvimento, não fechamos essa terceira personagem. Mas a ideia é falar de injustiças políticas que ocorreram com essas pesquisadoras no Brasil", diz Carlos Palma, ator, diretor, dramaturgo e um dos fundadores do ACP. O texto do espetáculo, inclusive, é de autoria de Palma e Oswaldo Mendes.

    FIO CONDUTOR Marie Curie (nascida Maria Skłodowska) foi escolhida para ser a representação das mulheres cientistas, obstinadas e focadas em seu trabalho. "Marie Curie tinha um talento nato para a ciência. Seus maiores dramas se dão nesse contexto. No núcleo familiar, não houve grandes perturbações, mas dentro do ambiente científico, sim", justifica Palma.

    Já Hedy Lamarr (nome artístico de Hedwig Eva Maria Kiesler) também tinham um grande talento para a matemática mas, ao contrário de Curie, ela abandonou a ciência para ter uma vida mais pública, casou-se seis vezes e, depois de fugir da Segunda Guerra Mundial, fez carreira em Hollywood. Para se ter uma ideia de seus talentos para a ciência, Lamarr desenvolveu um sistema que poderia anular os efeitos e despistar o radar de aeronaves em movimento (o "Hedy Kiesler Markey"). Difícil de ser implementado, o sistema foi abandonado na época, mas hoje é a base para a composição de frequências de telefonia celular, como o CDMA e do Wi-Fi.

    Curie e Lamarr eram, assim, cientistas com grandes talentos, mas apaixonadas por coisas diferentes. "Curie morreu pela ciência; Lamarr não nasceu para a ciência, por assim dizer", compara Palmas.

    Além de "Mulheres na ciência" (título provisório do espetáculo que deve estrear em julho), o ACP também prepara para este primeiro semestre um espetáculo sobre neurociências, o "On ego". "Esse espetáculo é uma adaptação de um texto dos americanos Paul Brok — autor do livro Into the silent land: travels in neuropsychology — e do diretor Mick Gordan e já está mais adiantado", afirma Palmas, que trabalha agora nos dois espetáculos concomitantemente (atuando no primeiro e escrevendo o segundo).

     

    Enio Rodrigo Barbosa