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    Ciência e Cultura

    versión impresa ISSN 0009-6725

    Cienc. Cult. vol.64 no.1 São Paulo enero. 2012

    http://dx.doi.org/10.21800/S0009-67252012000100023 

    CULTURA
    DALAI LAMA

     

    Sabedoria e felicidade andam juntas

     

     

    Flávia Gouveia

     

     

     

    "Qual é a causa última do sofrimento? É a ignorância! E como se remove a ignorância? Não é com oração, nem com meditação. É com a sabedoria". Essas e outras questões que inquietam a humanidade foram expostas pela autoridade máxima do budismo, o Dalai Lama, que esteve em São Paulo em setembro de 2011, em sua quarta vinda ao Brasil. Tenzin Gyatzo, nome do 14º Dalai Lama, esteve no país pela primeira vez em 1992, durante a Conferência para o Meio Ambiente (Eco-92).

    Ele explica que a sabedoria, entendida como a compreensão da realidade, provém do estudo, das leituras, da reflexão, da comparação, até o ponto em que o conhecimento incorporado se transforme em experiência. A mensagem da importância dos valores éticos e do conhecimento como caminhos para a felicidade norteou os pronunciamentos do líder tibetano, em todos os três grandes temas de sua conferência: ciência, religião e negócios.

    O monge budista lembra que, nos últimos três séculos, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia deixou os homens maravilhados, mas ressalta que a valorização do mundo material nos fez esquecer os valores humanos. "A tecnologia e o dinheiro não trazem consigo os conceitos de bem ou mal. A matéria não carrega a noção de certo ou errado".

    Ele cita a importância de pesquisas científicas que tentam desvendar a mente e diz que "mesmo sem a compreensão absoluta sobre esses mistérios, os cientistas já reconhecem que existe uma influência da mente sobre o cérebro". Nesse sentido, a neurociência tem feito descobertas interessantes sobre o efeito de treinamentos mentais e práticas meditativas sobre a saúde humana.

    Ele defende a importância da diversidade, porque as pessoas têm diferentes disposições mentais. "Para alguns, a ideia de um deus criador é mais apropriada, para outros, não". Os valores primordiais, afirma, como amor, compaixão, perdão e autodisciplina, estão presentes em todas as grandes religiões do mundo o que, em tese, deveria inibir a existência de conflitos. Porém, "é muito fácil colocar o foco nas diferenças e esquecer o que nos une", lamenta.