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    Ciência e Cultura

    versión impresa ISSN 0009-6725

    Cienc. Cult. vol.64 no.3 São Paulo  2012

    http://dx.doi.org/10.21800/S0009-67252012000300016 

     

    BIOPROSPECÇÃO

    Novos métodos para potencializar uso de microrganismos marinhos

     

    Os oceanos entraram na pauta de discussão da reunião Rio+20 com a urgência de se determinar formas de preservá-lo. Ocupando cerca de 70% do planeta, as águas salgadas abrigam uma biodiversidade ainda inexplorada, sobretudo quando se trata de microrganismos, seres invisíveis aos olhos, mas responsáveis por rica variedade de metabólitos e pela produção de oxigênio em níveis superiores a de plantas. Para as indústrias farmacêutica, biotecnológica e agrícola, um grupo potencial para a descoberta de novas drogas e substâncias. No entanto, pesquisadores alertam que os "microrganismos marinhos estão no topo da lista de organismos não cultivados com uso de métodos convencionais".

    Em artigo de revisão, Hebe Dionisi, Mariana Lozada e Nelda Oliveira, pesquisadores do Centro Nacional Patagônico da Argentina, enfatizam que a maioria das técnicas de bioprospecção atuais ainda é deficiente para a completa exploração do potencial de microrganismos. Dentre as dificuldades de cultivo e crescimento em laboratório está a falta de condições que mimetizem o habitat natural e que, portanto, impedem que esses organismos microscópicos se reproduzam e possam ser explorados.

    DOMESTICAÇÃO O estudo, publicado na Revista Argentina de Microbiologia (Vol.44, 2012), lança luz sobre novas técnicas de bioprospecção disponíveis que podem modificar a desigual taxa entre as variedades (cepas) cultiváveis e não cultiváveis. "O gargalo desses métodos parece estar na adaptação das cepas cultivadas nas condições do laboratório (domesticação)", pontuam os autores.

    "O exemplo mais extremo no qual o conhecimento ecológico foi chave no sucesso de cultivo está nos microrganismos simbiontes, cujas necessidades são altamente específicas em relação ao hospedeiro", afirmam Hebe e colegas. O meio de cultura utilizado deve, neste caso, reproduzir as condições proporcionadas pelo hospedeiro. Outra técnica apontada como promissora é a metagenômica que permite, por exemplo, a análise de DNA de uma comunidade de microrganismos, que geralmente são extremamente complexas. Sem a necessidade de cultivo, a extração do material genético pode ser feita a partir de amostras coletadas no meio ambiente e que podem incluir centenas e até milhares de diferentes taxas. O DNA é então sequenciado, analisado e, quando possível, o gene ou grupos de genes de interesse são recuperados, sintetizados e clonados para a produção dos compostos desejados.

    "A bioprospecção dessas comunidades, que envolvem a busca por produtos e atividades de interesse, está atualmente experimentando uma revolução graças ao desenvolvimento de um caixa de ferramentas metodológicas em expansão que permitem a reprodução da biodiversidade em profundidade nunca antes possível", concluem os pesquisadores. A solução para diversos e complexos problemas que pressionam a sociedade e o meio ambiente pode estar no fundo do mar esperando por um resgate.

     

    Germana Barata