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    Ciência e Cultura

    versão On-line ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. vol.65 no.4 São Paulo  2013

    http://dx.doi.org/10.21800/S0009-67252013000400021 

     

    Autores aproximam fauna brasileira de crianças

     

    O Brasil é um país megadiverso, uma das nações que detém maior biodiversidade do mundo, no entanto a fauna e a flora nativas são pouco conhecidas pela população brasileira. Um dos fatores que contribuem para esse cenário é a influência que a mídia exerce através de desenhos animados, filmes, jogos e livros infantis, nos quais o destaque são, frequentemente, os grandes mamíferos africanos. Esta é a principal razão pela qual uma criança de três anos reconhece o leão, a girafa e o elefante, ou ainda o panda, o urso e o lobo, mas dificilmente saberá quem é a anta, o lobo-guará, o peixe-boi ou o tamanduá. Nesse cenário, os livros infantis mostram-se um instrumento eficaz para auxiliar na comunicação, introduzir e apresentar, desde a infância, algo genuinamente brasileiro para, quem sabe, despertar para a importância de se preservar essas espécies. Essa é a aposta da ilustradora Laurabeatriz e do escritor Lalau, que desde 1994, dedicam-se a divulgar a fauna e a flora brasileira por meio da poesia. A ideia da coleção Brasileirinhos (2000), por exemplo, surgiu quando a dupla constatou que os animais brasileiros estavam criticamente ameaçados, com muitas espécies em vias de extinção – seja pela destruição do habitat ou pelo tráfico, e concomitantemente eles perceberam que as crianças brasileiras praticamente não conheciam a fauna nacional. O livro foi uma estratégia que nasceu com esse intuito, de mostrar para as crianças os animais ameaçados, afinal: "o público infantil de hoje é quem, no futuro, vai ajudar a preservar o nosso planeta".

     

     

     

     

    Bem-te-vi e outras poesias (Cia das Letrinhas) foi o primeiro dos cerca de 40 títulos publicados pela dupla, dos quais destacam-se: Belezura marinha (2010), Boniteza silvestre (2007), a coleção Brasileirinhos, Árvores do Brasil (2011), Passarinhos do Brasil (2013), Diário de um papagaio (2007) e Zum, zum, zum e outras poesias (2007). Hoje, chegando aos quase 20 anos de parceria, a criação é resultante de uma conversa em busca de temas diferentes, divertidos e que acrescentem coisas boas na vida de uma criança.

    Contrariamente à percepção de que conceitos científicos ligados aos animais poderiam ser inapropriados ou entediantes para crianças, os autores buscam sempre "levar surpresa, emoção, encantamento e, principalmente, diversão para os pequenos leitores. O lado científico fica por conta das informações que entram no conceito de criação dos livros".

     

     

    Laurabeatriz e Lalau são otimistas em relação à mudança de comportamento de jovens. As visitas que realizam em escolas têm mostrado que a fauna está muito mais conhecida agora do que quando foi lançado o primeiro volume de Brasileirinhos no ano 2000. Os livros não são, no entanto, o único esforço empregado na mudança deste quadro. "É importante levar o assunto não só nos livros, mas também na sala de aula, em casa, na televisão, aplicativos, internet. Depois de incontáveis visitas a escolas, descobrimos que existe um ponto muito positivo nisso tudo: as crianças gostam de discutir, ouvir, descobrir coisas novas a respeito, e elas se envolvem, se emocionam, se mobilizam. Motivar, ainda mais, esse sentimento, onde for possível, é fundamental, produtivo e dá certo".

    OUTRAS INICIATIVAS Outros autores vêm popularizando a fauna e a flora brasileira através da literatura. Entre eles destacam-se a autora, bióloga e escritora brasiliense Nurit Bensusan com a obra Labirintos – Parques Nacionais, premiada neste ano com o selo "O Melhor para a Criança", na categoria informativo, pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) e o médico, entomólogo e escritor de livros infantis Ângelo Machado, comprometido e preocupado com a fauna e a divulgação dos conhecimentos científicos.

     

    Graziele Scalfi