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    Ciência e Cultura

    versão impressa ISSN 0009-6725

    Cienc. Cult. vol.71 no.3 São Paulo jul./set. 2019

    http://dx.doi.org/10.21800/2317-66602019000300001 

    EDITORIAL

     

    Carlos Vogt

     

     

    O eclipse total do Sol teve significados diversos para as civilizações ao longo da história da humanidade. Para a comunidade científica internacional, no entanto, o fenômeno de 29 de maio de 1919 teve um significado especial: a sua observação permitiu comprovar a deflexão da luz proveniente das estrelas ao passar pelo Sol, prevista na teoria da relatividade geral proposta por Albert Einstein quatro anos antes, e que se contrapunha à teoria gravitacional de Issac Newton, até então amplamente aceita já há cerca de dois séculos.

    O Núcleo Temático desta edição, coordenado por Alfredo Tolmasquim e Ildeu de Castro Moreira, soma-se às comemoração dos 100 anos do que ficou conhecido como "o eclipse de Sobral". Isso porque as chapas fotográficas tiradas pelos astrônomos britânicos Andrew Crommelin e Charles Davidson na cidade cearense foram essenciais para os cálculos que permitiram a confirmação e aceitação da teoria da relatividade geral. De acordo com Einstein, em nota escrita quando esteve no país em 1925, "A teoria que minha mente formulou foi respondida pelo ensolarado céu do Brasil".

    Os artigos de pesquisadores brasileiros e portugueses que compõem o dossiê ajudam a compreender o contexto e os trabalhos das comissões científicas - uma brasileira, outra norte-americana e duas inglesas - que observaram o eclipse de 1919 em Sobral, no nordeste brasileiro, e na Ilha do Príncipe, na costa oeste da África; além dos resultados obtidos, seu significado e consequências para a ciência e para a vida de Einstein.

    Em "Tendências", Alexander W. A. Kellner, diretor no Museu Nacional, fala sobre o incêndio que afetou pelo menos 75% do seu acervo e os esforços para a reconstrução do mais antigo museu do país. Em "Artigos e Ensaios", pesquisadores tratam da utilização de plantas por humanos e formigas em regiões onde houve fragmentação da Mata Atlântica nordestina.

    A legislação ambiental brasileira é abordada em matéria na seção "Brasil", que também traz resenha do livro O equinócio dos sabiás: aventura científica no seu jardim tropical (Editora UFPR, 2018), de Marcos Rodrigues.

    Em "Mundo" trazemos entrevista com o pesquisador francês Paul Henry sobre a utilidade do conhecimento, geralmente posta em questão em tempos de crise, e sobre a relação entre filosofia e ciência. Para ele, "As ciências, quaisquer que sejam elas, implicam a filosofia particularmente em suas dimensões teóricas". Os 130 anos de Charlie Chaplin e a divulgação científica da astronomia no Brasil são temas de reportagens em "Cultura". A poesia de Álvaro Faleiros encerra a seção. Boa leitura!

     

    Carlos Vogt
    Julho de 2019