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    Ciência e Cultura

    versão impressa ISSN 0009-6725

    Cienc. Cult. vol.71 no.3 São Paulo jul./set. 2019

    http://dx.doi.org/10.21800/2317-66602019000300004 

    BRASIL
    RESENHA

     

    A indelével beleza do jardim tropical

     

     

    Camila P. Cunha

     

     

     

    Marcos Rodrigues, estudioso de aves da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em seu livro O equinócio dos sabiás: aventura científica no seu jardim tropical (Editora UFPR, 2018), abre as portas do seu jardim de 1.500 m2, situado na cidade de Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte. Nesse cenário, ponto de encontro entre dois importantes biomas brasileiros, a Mata Atlântica e o Cerrado, Rodrigues encontra a fonte de inspiração para retratar de forma leve temas caros à disciplina de ecologia. Ao longo do ano, a passagem gradual e silenciosa das quatro estações marca as 41 crônicas do livro, ora em forma de diário, ora de manual de "observação, contemplação e iluminação (no sentido de gerar ideias)". O autor nos convida a uma jornada de exploração dos nossos quatro sentidos - visão, olfato, paladar e tato - pela exuberante natureza ao nosso redor.

    Mesmo nos centros urbanos é possível admirar a floração intensa de ipês e flamboyants; escutar o canto de pássaros, a revoada de maritacas ou a algazarra de cigarras no entardecer; saborear frutas colhidas diretamente de uma mangueira ou jabuticabeira; e sentir na pele os raios de sol delicados do outono ou a secura do inverno. No amplo quintal do autor, a vegetação de espécies nativas e exóticas abriga uma enorme diversidade de fauna, desde os temidos insetos (como cupins e lagartas) até as mais belas aves, como tucanos, beija-flores e os sabiás, pássaros dispersores de sementes em áreas degradadas e urbanas. No final das contas é o canto dos sabiás que nos chama a observar os movimentos e a dinâmica da natureza. Com eles podemos aprender a preservar a nossa biodiversidade.