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    Ciência e Cultura

    Print version ISSN 0009-6725On-line version ISSN 2317-6660

    Cienc. Cult. vol.73 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2021

    http://dx.doi.org/10.21800/2317-66602021000100002 

    TENDÊNCIAS

     

    Pandemia e visão de futuro: a percepção do público do Museu do Amanhã sobre o futuro a partir da pandemia do novo coronavírus

     

     

    Alfredo TolmasquimI; Davi BonelaII; Ruy CotiaIII

    IDiretor de desenvolvimento científico e educação do Museu do Amanhã | IDG - Instituto de Desenvolvimento e Gestão
    IICoordenador de pesquisa do Museu do Amanhã |IDG - Instituto de Desenvolvimento e Gestão
    IIIAnalista de pesquisa de público do Museu do Amanhã | IDG - Instituto de Desenvolvimento e Gestão

     

     

    A pandemia do novo coronavírus já provocou centenas de milhares de mortes e milhões de casos confirmados em todo o mundo desde as primeiras notificações da doença em Wuhan, na China, em dezembro de 2019 [1]. O epicentro da doença esteve na Ásia e na Europa; a partir de maio de 2020 passou a estar na América do Sul, onde o Brasil é severamente afetado [2].

    A velocidade com que a expressão "mundo pós-pandemia" se espalhou é um sintoma que o mundo pode já não ser o mesmo de antes, ainda que não se saiba exatamente como ele será adiante. Entre períodos como esse - em que a normalidade anterior está comprometida e a nova não está consolidada - são chamados nos estudos de futuro como "tempos pós-normais", um momento marcado pela incerteza [3].

    Junto ao desconhecimento, a incerteza forma uma matriz para explorar horizontes de futuro [4]. Nela, o futuro começa sendo um presente expandido - no qual o desconhecimento e a incerteza são menores devido à existência de projeções e experiências a seu respeito; sobre esse futuro se lançam os paradigmas do presente. Em seguida, existem os futuros familiares - no qual esses elementos são intermediários. E, por fim, os futuros impensados - no qual a incerteza e o desconhecimento são maiores [5].

    Esses horizontes não são fixos. Existem eventos capazes de tornar estágios adiante, sobre os quais o presente estava expandido, incertos. Este é o caso da pandemia do novo coronavírus. A sua magnitude faz dela um ponto disruptivo na contemporaneidade, impactando a economia, a política, a cultura, o meio ambiente - e a nossa visão de futuro.

    Enquanto um museu de ciências que aborda as oportunidades e os desafios que a humanidade terá de enfrentar nas próximas décadas, o Museu do Amanhã conduziu uma pesquisa sobre a percepção do seu público em relação ao futuro a partir da pandemia. Para isso, estimulou os participantes a refletirem sobre as pessoas, a sociedade e o meio ambiente até 2030, fazendo conexões com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) [6].

    O estudo foi realizado pela coordenação de pesquisa do Museu do Amanhã no mês de junho de 2020 por meio de um questionário composto por quarenta perguntas abertas ou fechadas, enviadas ao público do museu por e-mail e disponíveis para resposta na plataforma digital Typeform. Com 1.172 participantes, a sua margem de erro é de 3%. A pesquisa oferece um resultado consistente sobre um total de 3,8 milhões de pessoas, considerando que das 4,2 milhões de visitas ao Museu do Amanhã realizadas desde sua abertura em dezembro de 2015 até a interrupção temporária de suas atividades em março de 2020 por conta da pandemia, 10% foram feitas por pessoas que estiveram no museu mais de uma vez.

    Admitindo os horizontes de futuros mencionados, primeiro a pesquisa explorou o nível de informação dos participantes sobre a pandemia e o grau de certeza deles em relação ao futuro. Depois, estabeleceu uma data (2030) e temas (os ODS) para explorar prioridades, expectativas, esperanças e medos em relação ao futuro. Este artigo apresenta uma análise dos resultados encontrados [7].

     

    POSITIVAMENTE E NEGATIVAMENTE INFORMADOS SOBRE A PANDEMIA

    Quase metade (46%) dos participantes da pesquisa dizem estar informados sobre a pandemia, 30% afirmam estar muito informados, 18% excessivamente informados e 6% pouco informados. A maioria dos participantes diz usar fontes de informação que verificam os dados reportados: imprensa tradicional (71%), comunicadores digitais especializados em saúde ou ciência (48%), órgãos oficiais internacionais (46%) e órgãos oficiais nacionais (42%). Entre as fontes que não verificam necessariamente os dados reportados, há a imprensa independente (31%), amigos e parentes (20%) e influenciadores digitais (9%).

    À primeira vista, o número de pessoas que se consideram informadas em algum grau sobre a pandemia é elevado (94%). No entanto, os dois extremos - ou seja, o excesso e a falta de informações - se combinam pelos efeitos negativos que produzem. Segundo os entrevistados, a principal consequência do excesso de informações é a ansiedade. Outras consequências mencionadas foram medo, desinformação e estresse. Conforme explica um deles, "a quantidade excessiva de informações, que ocorre por eu estar conectada simultaneamente a muitos veículos de informação (televisão, Instagram, sites de jornais etc.) acaba provocando uma sensação de sufocamento, não me permite vislumbrar uma realidade sem a pandemia".

     

     

    Já entre aqueles que se dizem pouco informados sobre a pandemia, as principais causas apontadas foram a descrença na grande imprensa e nos órgãos oficiais, ou então as dúvidas resultantes das informações conflitantes divulgadas pelas diferentes fontes. Um dos participantes diz que "as informações estão muito desencontradas, gerando insegurança, desconfiança e ansiedade. Tenho optado por evitar as informações".

    Portanto, os resultados da pesquisa em relação ao nível de informação sugerem a formação de dois grupos: um com quem se sente "positivamente informado" (no caso, a soma de pessoas informadas e muito informadas), outro com quem se sente "negativamente informado" (a soma de pessoas excessivamente e pouco informadas), respectivamente 75% e 25%.

     

    UM FUTURO INCERTO A PARTIR DA PANDEMIA

    Ainda que a maioria dos participantes se sinta informada e utilize fontes de informação que verificam os dados reportados, a pandemia do novo coronavírus impactou o grau de certeza sobre o futuro de forma geral. Ao todo, 66% dos participantes se sentem incertos com relação ao futuro, sendo que 37% sentem muita incerteza e 29% alguma incerteza.

    A sensação de incerteza sobre o futuro está presente em todos os níveis de informação. Entre as pessoas "positivamente informadas", 35% alegam ter muita incerteza e 31% alguma incerteza com relação ao futuro. Contudo, a sensação de muita incerteza é maior entre o grupo "negativamente informado" sobre a pandemia. Mais da metade (52%) dos participantes pouco informados dizem estar muito incertos em relação ao futuro, enquanto esse percentual é de 44% entre quem está excessivamente informado.

    Entre os motivos mais comuns para essa incerteza estão o desconhecimento da duração da pandemia, a falta de comprometimento das autoridades no seu enfrentamento, o impacto econômico da pandemia, além do medo de que novas pandemias se tornem frequentes.

    Cerca de um em cada cinco participantes (17%) citaram espontaneamente que o desenvolvimento de uma vacina traria mais certeza sobre o futuro. Esta expectativa em relação à vacina está vinculada a uma valorização da ciência como um todo. Para 81% do público, ciência, tecnologia, inovação e educação serão mais valorizadas pelas pessoas em 2030 em comparação a 2020. Segundo última pesquisa nacional do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) de percepção pública sobre ciência e tecnologia, o interesse nessas áreas teve ligeira queda de 2010 a 2019, passando de 65% para 61% [8]. A importância delas no enfrentamento da pandemia sugere que esse cenário pode se reverter a partir de 2020.

    A incerteza provocada pela pandemia também é vista na dificuldade dos participantes em identificar o que sentem quando pensam no futuro. A maior parcela do público, 38%, declara que não está nem otimista, nem pessimista; 30% afirmam estar otimistas, 24% estão pessimistas e 7% preferem definir seus sentimentos de outra forma. Comparando esses resultados com as pesquisas realizadas pelo Museu do Amanhã com o seu público antes da pandemia, há um crescimento no percentual de quem não se sente nem otimista, nem pessimista, de 26% para 38%, enquanto os otimistas diminuíram de 48% para 30%.

     

     

    PESSIMISMO EM RELAÇÃO AO DESENVOLVIMENTO ATÉ 2030

    A opção da pesquisa por estimular a reflexão do público do museu sobre o futuro a partir dos ODS serviu para que outros desafios globais, além da pandemia do novo coronavírus, fossem considerados. Isso porque a pandemia não interrompe a emergência climática ou a redução da biodiversidade, nem torna a fome e a pobreza problemas secundários. Ao contrário. Todos esses desafios globais influenciam e são influenciados uns pelos outros.

    Assim, primeiro os participantes escolheram quais deveriam ser as três prioridades dos governos e da sociedade até 2030 considerando oito objetivos globais: i) crescimento econômico e trabalho decente para todos; ii) educação de qualidade para todos; iii) erradicação da fome; iv) erradicação da pobreza; v) igualdade de gênero; vi) paz, justiça e instituições eficazes; vii) redução das desigualdades sociais e econômicas; e viii) saúde e bem-estar para todos.

    A redução das desigualdades foi escolhida como a maior prioridade por 69% dos participantes, seguida por educação (65%) e por saúde (59%) para todos.

    Em seguida, os participantes definiram suas expectativas em relação ao progresso desses oito desafios até 2030 em comparação com 2020. Embora a maioria do público tenha escolhido a redução da desigualdade social e econômica como a maior prioridade, na opinião de 69% dos participantes esse desafio estará tão ou mais distante de ser alcançado em 2030 do que em 2020.

    Nesse exercício, primeiro o público considera apenas a sua vontade para tomar a decisão; ou seja, o que deve ser prioridade para os governos e a sociedade. Depois, o público considera a viabilidade de sua realização a partir de fatores externos. Com isso, percebe-se um aparente descompasso entre a vontade individual e a vontade coletiva, assim como uma descrença no interesse ou na capacidade dos governos e da sociedade de atuarem de forma efetiva para a redução das desigualdades.

    O sentimento de pessimismo está presente em sete dos oito desafios mencionados. Na expectativa dos participantes, crescimento econômico e trabalho decente para todos; educação de qualidade para todos; erradicação da fome; erradicação da pobreza; paz, justiça e instituições eficazes e saúde e bem-estar para todos também estarão tão ou mais distantes de serem alcançados em 2030 do que em 2020.

    A igualdade de gênero foi considerada a menor prioridade pelo público, apenas 5% - dado que chama atenção considerando que 69% dos participantes declararam ser do gênero feminino. Ao mesmo tempo, esse é o objetivo global que gera a maior expectativa de ser alcançado até 2030 pelos participantes, 65%.

    O mesmo exercício sobre prioridades e expectativas foi realizado com temas relacionados ao meio ambiente. Desta vez, as três prioridades para os governos e a sociedade tiveram que ser escolhidas dentre oito objetivos globais: i) água potável e saneamento para todos; ii) cidades, comunidades e habitações sustentáveis, seguras e inclusivas; iii) combate às mudanças climáticas e seus impactos; iv) conservação e uso sustentável das florestas e demais biomas terrestres; v) conservação e uso sustentável dos oceanos e recursos hídricos; vi) desenvolvimento de infraestruturas resilientes, industrialização inclusiva e fomento à inovação; vii) energia limpa e acessível para todos; viii) produção e consumo sustentáveis.

    Água potável e saneamento para todos foi escolhida pela maioria do público (64%) como a principal prioridade até 2030. Em seguida, conservação e uso sustentável das florestas e demais biomas terrestres (56%) e produção e consumo sustentáveis (39%).

    A primeira e segunda prioridades são comuns aos vários segmentos. A terceira, porém, varia de acordo com o perfil dos participantes. Para os homens são cidades, comunidades e habitações sustentáveis, seguras e inclusivas; para as mulheres, produção e consumo sustentáveis. Para os jovens de 16 a 24 anos, destaque para o combate às mudanças climáticas e seus impactos, tema bastante abordado nas exposições do Museu do Amanhã. Já para os maiores de 60 anos é a conservação e uso sustentável dos oceanos e recursos hídricos.

    De toda forma, o mesmo sentimento de pessimismo em relação ao progresso se repete em seis dos oitos objetivos globais mencionados. Para o público, água potável e saneamento para todos; cidades, comunidades e habitações sustentáveis, seguras e inclusivas; combate às mudanças climáticas e seus impactos; conservação e uso sustentável das florestas e demais biomas terrestres; conservação e uso sustentável dos oceanos e recursos hídricos e desenvolvimento de infraestruturas resilientes, industrialização inclusiva e fomento à inovação estarão tão ou mais distantes de serem alcançados em 2030 do que em 2020.

    Além dos temas relacionados aos ODS, a pesquisa fez o mesmo exercício com questões relacionadas aos indivíduos até 2030. Por exemplo, combate à produção e difusão de notícias falsas, colaboração e solidariedade entre os diferentes setores da sociedade e o uso da internet, aplicativos e redes sociais como forma de mediação das relações pessoais.

    Ao analisar as expectativas de progresso dos desafios por categoria, 64% dos participantes têm mais expectativa de avanço em relação a temas centrados em cada pessoa, 44% naqueles relacionados ao meio ambiente e 40% naqueles relacionados à sociedade. Isso reforça a interpretação de que os participantes da pesquisa têm expectativas maiores de mudança até 2030 nos temas cuja mudança é individual, e não coletiva; ou que depende mais de cada pessoa do que dos governos e dos diversos setores da sociedade. Como explica um dos participantes, "eu acredito que a mudança começa em cada um de nós. [...] Acho que serão mudanças internas, uma valorização da saúde mental, das relações, dos espaços de convivência, e (tomara) nas artes e ciências. Não acredito que a mudança será proposta ou começará a partir de empresas ou governos. [...] Mas precisamos que esse desejo de melhoria não acabe no indivíduo. Precisamos de iniciativas para continuar a conversa e nos unir. Assim a mudança pode existir".

     

    A PANDEMIA ENQUANTO UM PONTO DE MUDANÇA PARA UM FUTURO COM MAIS JUSTIÇA E SOLIDARIEDADE

    Questionados sobre os medos em relação ao futuro a partir da pandemia, a maior parte das respostas mencionou o medo de que novas pandemias se tornem frequentes. Porém, merece destaque o segundo medo mais citado pelos participantes: de que passemos por todo esse processo e nada mude. Também foram citados o medo do desemprego, de crises econômicas, do colapso do sistema de saúde e a intensificação das desigualdades sociais. Neste último caso, esse é um tema constante na visão de futuro dos participantes durante a pandemia.

    A maior esperança dos entrevistados, por sua vez, é que a pandemia sirva de aprendizado, dando início a um mundo mais justo e solidário. Outras esperanças citadas foram o reforço da solidariedade e união entre as pessoas, melhorando a convivência em sociedade, a valorização da ciência e da tecnologia e o aumento dos investimentos em saúde e educação.

    A grande maioria dos participantes (84%) está disposta a rever seus hábitos como atenção às normas de higiene para a saúde, a redução do consumo, maior solidariedade entre as pessoas, cuidados com o meio ambiente ou com o manejo de resíduos ou redução da poluição. Entre os jovens, essa parcela sobe para 90%. Pergunta semelhante é feita após a visita ao Museu do Amanhã, quando o visitante é impactado com vasto conteúdo e experiência sobre os perigos para a humanidade se não houver mudança nos hábitos das pessoas. Nesse caso, 80% dos participantes declararam a intenção de mudar seus hábitos. Aparentemente, os impactos da pandemia têm sido um forte indutor para a reflexão e revisão dos hábitos de parcela significativa das pessoas.

     

    UM RETRATO DA VISÃO DE FUTURO

    A história tem mostrado que grandes eventos mundiais, como guerras ou pandemias, funcionam como aceleradores de tendências que já se apresentavam - mas, muitas vezes, de forma ainda incipiente. A pandemia do novo coronavírus alterou a rotina, o modo de vida e as formas de relacionamento social de bilhões de pessoas ao redor do mundo. Ela trouxe medos e incertezas, mas também esperanças pelo seu caráter pedagógico, capaz de prover importantes lições e aprendizados a partir desse difícil período. É significativo que um dos principais medos dos participantes seja o de que nada mude, que não consigamos aprender a partir da grave crise pela qual estamos passando. Por um lado, há uma grande expectativa que esta pandemia proporcione uma nova forma de relação entre as pessoas e com o meio ambiente, além de uma disposição das pessoas em mudarem seus hábitos e atitudes. Porém, ao mesmo tempo, há muita descrença nos governos e na capacidade da sociedade em tornar essas mudanças uma realidade. O acompanhamento dos resultados obtidos a partir das metas estabelecidas nos ODS poderá demonstrar os rumos que a sociedade tomará após a pandemia.

     

    NOTAS E REFERÊNCIAS

    1. World Health Organization. Coronavirus Disease (covid-19) Dashboard. Visto em: https://covid19.who.int/ Data do último acesso: 21 jul. 2020.

    2. A notícia que a América do Sul se tornou o epicentro da pandemia do novo coronavírus foi informada por Mike Ryan, diretor executivo do programa de emergências da OMS em coletiva de imprensa no dia 22 de maio de 2020, conforme reportado por diversos portais de notícias.

    3. Sardar, Z. "Welcome to postnormal times". Futures, vol. 42, jun. 2010, p. 435-444.

    4. Sardar, Z.; Sweeney, J. A. "The three tomorrows of postnormal times". Futures, vol. 75, jan. 2016, p. 1-13.

    5. Sardar, Z.; Sweeney, J.A.; op. cit.; 2016. p. 8-9

    6. Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram estabelecidos pela Assembleia Geral das Nações Unidas como prioridades dos 193 países entre 2015 e 2030.

    7. Os resultados completos da pesquisa encontram-se no site do Museu do Amanhã. Visto em: www.museudoamanha.org.br Data do último acesso: 03 ago. 2020.

    8. MCTIC - Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. CGEE - Centro de Gestão e Estudos Estratégicos. Percepção pública da ciência e tecnologia no Brasil. Visto em: https://www.cgee.org.br/web/percepcao/faca-sua-analise Data do último acesso: 30 jul. 2020.