EDITORIAL

Carlos Vogt

O período de 2021-2030 foi declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável. Lançada oficialmente no dia 20 de abril, a chamada Década do Oceano é coordenada pela Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) e tem como objetivo conscientizar a população em todo o mundo sobre a importância dos oceanos e mobilizar atores públicos, privados e da sociedade civil organizada em ações que favoreçam a saúde e a sustentabilidade dos mares. No Brasil, a Secretaria de Pesquisa e Formação Científica do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do Departamento de Ciências da Natureza e da Coordenação-Geral de Ciência para Oceano, Antártica e Geociências está à frente dessa agenda que trará importantes oportunidades de fortalecimento da ciência oceânica nacional. Os órgãos, representados por Marcelo Marcos Morales, Sávio Raeder, Karen de Oliveira Silverwood-Cope, Cláudia Alves de Magalhães e Iran Cardoso Junior, coordenam o Núcleo Temático desta edição. O objetivo do dossiê é compartilhar o conhecimento sobre as ações em curso para a Década da Ciência Oceânica no Brasil por meio de artigos inéditos produzidos por pesquisadores brasileiros sobre o tema e convidar todos os interessados a participarem nesse processo de construção coletiva. O tema do "Oceano", de extrema importância para o Brasil e para o mundo, encerra com chave de ouro, conforme adiantamos no editorial da última edição, a colaboração de quase duas décadas do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Universidade Estadual de Campinas (Labjor/Unicamp) na produção editorial da nossa querida revista Ciência & Cultura.

A Ciência & Cultura foi criada em 1949, no ano seguinte à fundação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Trata-se, portanto, de uma revista septuagenária - e, se não o mais antigo, um dos mais duradouros veículos de divulgação científica no país. Ao longo das décadas, a revista foi se transformando e se reinventando, assumindo diferentes formatos alinhados aos objetivos e necessidades de cada tempo.

Desde 2002, quando a Ciência & Cultura passou a ser produzida editorialmente pelo Labjor, a revista publica, além de materiais jornalísticos atuais sobre assuntos científicos e culturais do Brasil e do mundo, o Núcleo Temático, seção composta por artigos de autoria de pesquisadores brasileiros e estrangeiros com diferentes enfoques sobre um tema específico - e que deram o título de cada um dos 76 números produzidos no período, incluindo as edições trimestrais regulares e alguns números especiais.

A linha editorial adotada pela revista visou contribuir para o debate dos grandes temas científicos da atualidade e atrair a atenção, principalmente, das novas gerações de pesquisadores em formação, para uma reflexão continuada e sistemática sobre tais temas.

Nesse período, foram diversas as conquistas para a publicação. Tradicionalmente distribuída em seu formato impresso, em fevereiro de 2003, a Ciência & Cultura passou a ser indexada pela biblioteca eletrônica SciELO como revista de divulgação científica (ISBN 2317-6660), disponibilizando o seu conteúdo integral pela internet. Desde julho de 2016, a revista passou a contar com atribuição de DOI (Digital Object Identifier) para todos os seus artigos, editoriais e reportagens. Foram atribuídos DOIs retroativos para todo o conteúdo da revista publicado desde 2011.

A indexação da Ciência & Cultura permitiu a sua inclusão no Qualis Periódicos da Capes - atualmente, classificada nos estratos que variam de A2 a C, dependendo da área do conhecimento. A indexação e inclusão no Qualis Capes mantém a publicação como referência de credibilidade e tradição dentro da comunidade científica, fato que facilita as contribuições de artigos acadêmicos ou matérias jornalísticas.

A atribuição de DOIs, por sua vez, permitiu a localização de acessos dos conteúdos publicados na Ciência & Cultura por meio do Google Acadêmico. De acordo com o perfil da revista na plataforma, em maio de 2021 a Ciência & Cultura possuía 8.965 citações e índice H igual a 50. Esses dados revelam uma grande visibilidade da Ciência & Cultura nos últimos anos, indicando que a revista, além de seu papel de divulgação científica, cumpre também um propósito acadêmico importante, servindo como referência para trabalhos que geram citações.

Agradecemos a todos os pesquisadores e jornalistas que contribuíram para essa jornada de quase duas décadas de trabalhos intensos e produções frutíferas para a divulgação científica nacional. Nos despedimos da nossa querida Ciência & Cultura, na esperança que ela encontre futuro brilhante e duradouro nas mãos da diretoria da nossa também querida SBPC.

Boa leitura!