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Ciência e Cultura
versão impressa ISSN 0009-6725versão On-line ISSN 2317-6660
Cienc. Cult. vol.75 no.4 São Paulo out./dez. 2023
http://dx.doi.org/10.5935/2317-6660.20230056
OPINIÃO
Como a Arte construiu o Brasil e a diversidade de biomas, povos e regiões: obras celebram natureza brasileira e convidam à preservação
Laila Salmen Espindola
Professora titular da Universidade de Brasília (UnB), coordenadora do Laboratório de Farmacognosia - UnB. Também coordena o grupo de pesquisa CNPq - Biofármacos, desde 2002, com Acesso legal ao Patrimônio Genético. É conselheira da SBPC no Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGen) e diretora da SBPC
Sagrado são as águas do rio e o fogo que acende a vela do batismo da criança.
As águas do rio que correm nas veias dos povos tradicionais - "O rio é nosso sangue". Não é a mesma água com lama derramada pelos criminosos da mineração.
O fogo que aquece, que permite preparar o alimento, coletar o mel, se comunicar ou roçar o terreno. Não é o mesmo fogo comumente usado hoje para incendiar nossas florestas, desmatar, desertificar.
Como a Arte construiu o Brasil e a diversidade de biomas, povos e regiões. Passado e presente - herdeiros ascendentes ou descendentes com a otimista incumbência de assegurar a continuidade da vida.
Amazônia
O compositor paraibano Vital Farias, antes de iniciar a cantoria de seu protesto musical - "Saga da Amazônia" - obra visionária escrita entre 1979 e 1982, declama um "resumo" da canção, utilizando as palavras do poeta potiguar François Silvestre: "Só é cantador quem traz no peito o cheiro e a cor da sua terra, a marca de sangue de seus mortos e a certeza de luta de seus vivos".
Era uma vez na Amazônia a
mais bonita floresta
Mata verde, céu azul, a
mais imensa floresta
No fundo d’água as Iaras,
caboclo lendas e mágoas
E os rios puxando as águasPapagaios, periquitos,
cuidavam das suas cores
Os peixes singrando os
rios, curumins cheios de
amores
Sorria o jurupari, uirapuru,
seu porvir
Era fauna, flora, frutos e
floresToda mata tem caipora
para a mata vigiar
Veio caipora de fora para a
mata definhar
E trouxe dragão-de-ferro,
pra comer muita madeira
E trouxe em estilo gigante,
pra acabar com a capoeiraFizeram logo o projeto sem
ninguém testemunhar
Pra o dragão cortar
madeira e toda mata
derrubar
Se a floresta meu amigo,
tivesse pé pra andarEu garanto, meu amigo,
que o perigo não tinha
ficado láO que se corta em
segundos gasta tempo pra
vingar
E o fruto que dá no cacho
pra gente se alimentar?
Depois tem o passarinho,
tem o ninho, tem o ar
Igarapé, rio abaixo, tem
riacho e esse rio que é um marMas o dragão continua na
floresta a devorar
E quem habita essa mata,
pra onde vai se mudar?
Corre índio, seringueiro,
preguiça, tamanduá
Tartaruga, pé ligeiro, corre,
corre tribo dos KamaiuráMas o dragão continua na
floresta a devorar
E quem habita essa mata,
pra onde vai se mudar?
Corre índio, seringueiro,
preguiça, tamanduá
Tartaruga, pé ligeiro, corre,
corre tribo dos KamaiuráNo lugar que havia mata,
hoje há perseguição
Grileiro mata posseiro só
pra lhe roubar seu chão
Castanheiro, seringueiro já
viraram até peão
Afora os que já morreram
como ave-de-arribação
Zé de Nana tá de prova,
naquele lugar tem cova
Gente enterrada no chãoPois mataram índio que
matou grileiro que matou
posseiro
Disse um castanheiro para
um seringueiro que um
estrangeiro
Roubou seu lugarPois mataram índio que
matou grileiro que matou
posseiro
Disse um castanheiro para
um seringueiro que um
estrangeiro
Roubou seu lugar
Foi então que um violeiro
chegando na região
Ficou tão penalizado e
escreveu essa canção
E talvez desesperado com
tanta devastação
Pegou a primeira estrada,
sem rumo, sem direção
Os olhos cheios de água,
sumiu levando essa mágoa
Dentro do seu coraçãoFoi então que um violeiro
chegando na região
Ficou tão penalizado que
escreveu essa canção
E talvez desesperado com
tanta devastação
Pegou a primeira estrada,
sem rumo, sem direção
Os olhos cheios de água,
sumiu levando essa mágoa
Dentro do seu coraçãoAqui termina essa história
para gente de valor
Pra gente que tem
memória, muita crença,
muito amor
Pra defender o que ainda
resta, sem rodeio, sem
aresta
Era uma vez uma floresta
na linha do Equador
O poema-musical escrito há mais de 41 anos protesta em nome das pessoas que lá restaram e ainda lutam pela preservação da floresta, lembrando suas belezas e o perigo de seu fim. O "dragão de ferro" - ferrovia construída no "corredor Carajás" - conecta a destruição da mata com as lendas e mitos - Iara (Mãe d'Água) e a Caipora (Mãe do Mato), vigiando e outro vindo de fora, para a "mata definhar".
Hoje não são os mesmos, os forasteiros interessados apenas em fins lucrativos... e a saga continua... "Era uma vez na Amazônia, a mais bonita floresta".
Mais recentemente, a"Canção pra Amazônia", outro manifesto musical escrito por Carlos Rennó, com melodia de Nando Reis, e em canto reunido por várias vozes de músicos influentes, atualiza as escolhas dos forasteiros de hoje e as consequências para seus povos e a floresta - garimpo ilegal; terror que assombra com a matança para dizimar povos, como as crianças Yanomami; madeira ilegal; incêndios; a desertificação; "as boiadas" e as mudanças no clima... "Amazônia é sem igual, sem plano B".
Amazônia
É sem igual, sem plano B
nem clone a
AmazôniaDos povos da floresta sob
pressão
O indígena, seu grande
guardião
Em comunhão com ela há
milênios
Nos últimos e trágicos
decêniosEles não pensam no
amanhã nem do planeta
nem dos próprios filhosO que o índio viu, previu,
falou
Também o cientista
comprovou
Desmate aumenta, o clima
seco aquece
A mata, o céu e a Terra,
que estarrece
Esse é o recado deles, lá no
fundo
Salve-se a selva ou não se
salva o mundo
Pra não torná-los um
inferno, um fornoSalve a Amazônia do ponto
sem retorno
Será que ainda tá em
tempo ou o timing disso já
perdemos?
Pois, evitemos pelo menos
os eventos mais extremos
A"Canção pra Amazônia"foi escrita ao final de 2019/início 2020 e gravada somente em 2021, devido à pandemia causada pelo SARS-CoV-2 - o vírus soberano que iniciou seu comando sobre o mundo no início 2020 - certamente resultado das transformações do meio ambiente, que fazem a ponte epidemiológica entre nós e os patógenos, em constante evolução. Aliás, esse vírus ainda continua fazendo suas mutações e adoecendo as pessoas.
No auge da pandemia, a revolução que Steve Jobs fez no mundo - com certeza graças à sua inquietação, curiosidade, sensibilidade e prazer em conhecer o desconhecido - nos permitiram guardar a calma e a fé na vida para vermos além do sofrimento, continuarmos exercendo nossas atividades, auxiliados pelos seus feitos visionários. Os cientistas - "os Leonardos da Vinci" - da vida, como heróis abençoados, lutaram contra o tempo, o cansaço físico e mental, e trouxeram ao mundo a vacina. Vacina que transcreveu beleza particular - a inteligência, a genialidade, o encanto da curiosidade, o conhecer o desconhecido, o respeito à sociedade e a esperança de vida. E assim, a cara de quem acreditava na ciência foi pura esperança (Figura 1).
Cerrado
Por aqui, na pandemia da Universidade de Brasília...
A árvore do Cerrado
Estava em flores
Quanta delicadeza!Era na última seca
Em setembro de 2020Hoje, esse templo de
oração
Nas horas do Anjo da força,
amém
Que fica quase em frente
ao nosso Hospital
Universitário
Com seu tronco retorcido
suas cascas grossas
Folhas bem verdes e fortes
Nos lembraQue apesar de termos pé
Prá andar
Hoje somos como ela
Não temos como sair
correndo
Quem é vivo
Corre perigoMas ela também
nos mostra
que apesar de vivermos um
tempo
que nos testa
a resistência e a paciênciaAcreditar
que apesar da devastação
crônicaTem o ar
as estações"E com os olhos
Cheios de água"
É preciso
Enquanto a espera
aumenta
Guardar a memória
Do amor
Da crença na vida
Da esperança
João Guimarães Rosa nos deixou como legado poder se enveredar pelo "Grande Sertão: Veredas", na década de 1950. No romance, a lealdade de Riobaldo para nos descrever o mundo dentro do Cerrado, com os detalhes sobre as plantas, animais, geologia, trilhas, chapadões, veredas... e de seus povos, nos mostra a grandiosidade do segundo maior bioma brasileiro. Riobaldo nos guiou neste "poema" sobre o Cerrado, o qual ele aprendeu a apreciar as belezas com Diadorim - "Quando o senhor sonhar, sonhe com aquilo..."
Hoje não nos resta muito a sonhar. Em 25 anos de Universidade de Brasília (UnB), vi o Cerrado "definhar". Anos durante os quais construímos um "Banco de Extratos e Substâncias de Plantas e Fungos Endofíticos do Cerrado" - legado construído com os estudantes e nosso saudoso amigo botânico Professor José Elias de Paula. Os tempos que em parávamos a kombi da UnB na beira da estrada, fazíamos cinco metros Cerrado adentro e lá estava a planta que queríamos coletar em busca de novos compostos ativos em algum modelo biológico estudado ou inseticidas/repelentes para o controle de insetos.
Com o tempo... atrás dos cinco metros de Cerrado da beira da estrada era somente a monocultura de soja. E hoje está feita a ligação entre o desmatamento do Cerrado e a crescente prática do livre comércio internacional dessa commodity. Esta soja serve para alimentar o gado no exterior (sete toneladas/cabeça de gado), devido à proibição do uso de fontes proteicas de origem animal, quando, nos anos de 1996, surgiu na Europa os problemas da "vaca louca" - doença zoonótica neurodegenerativa variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob associada ao consumo de carne e subprodutos contaminados com Encefalite Espongiforme Bovina.
O contraditório em toda esta destruição do Cerrado - desmatamento com esgotamento do solo e "gritantes" mudanças climáticas - é que a agricultura depende da natureza saudável para continuar tal atividade econômica (Figura 2).
Caatinga
Euclides da Cunha, em "Os Sertões", o primeiro romance-reportagem brasileiro escrito entre 1866-1909 e publicado em 1902, descreve em detalhes o nosso bioma Caatinga. As estações secas e de chuvas. Explica o motivo da seca e a "inclemência do meio" com todos os seus conhecimentos geológicos e morfológicos que caracteriza o sertão, com seu clima árido, em que às vezes não se encontra água nem mesmo para aliviar a sede. Depois celebra a alegria com a chegada da chuva, a existência dos rios temporários, fala dos animais, das plantas, incluindo o umbuzeiro e conclui... "o sertanejo é feliz e não inveja nem mesmo os reis da Terra!"
De lá para cá, o bioma foi sendo modificado, ganhando áreas de desertificação, e com as mudanças climáticas, todos os seres vivos, incluindo seu povo catingueiro (sertanejos, vaqueiros, agricultores, indígenas e quilombolas) estão tendo que lidar com temperaturas cada vez mais elevadas. Situação que gera novos desafios e sofrimentos, diante do agravamento de disponibilidade de água.
Umbu significa em tupi-guarani "árvore que dá de beber", que tem capacidade de armazenar água, especialmente na raiz, e atravessar os longos períodos de seca. Suas raízes e seus frutos deliciosos alimentam as pessoas e os animais. A árvore centenária com folhas que desaparecem na seca e renascem com as primeiras chuvas têm ainda propriedades medicinais. Euclides da Cunha, diante das características da espécie caixa d'água, que ajudava a manter a vida no sertão, concebeu-lhe como "árvore sagrada do sertão":
[...] os umbuzeiros
alevantam dous metros
sobre o chão, irradiantes
em círculo, os galhos
numerosos.É a árvore sagrada do
sertão. Sócia fiel das
rápidas horas felizes e
longos dias amargos dos
vaqueiros. Representa
o mais frisante exemplo
de adaptação da flora
sertaneja. Foi, talvez, de
talhe mais vigoroso e
alto — e veio descaindo,
pouco a pouco, [...]
modificando-se à feição
do meio, desinvoluindo,
até se preparar para a
resistência e reagindo, por
fim, desafiando as secas
duradouras, sustentandose
nas quadras miseráveis
mercê da energia vital que
economiza nas estações
benéficas, das reservas
guardadas em grande
cópia nas raízes.E reparte-as com o homem.
[...]Alimenta-o e mitiga-lhe
a sede. Abre-lhe o seio
acariciador e amigo,
onde os ramos recurvos
e entrelaçados parecem
de propósito feitos
para a armação das
redes bamboantes. E ao
chegarem os tempos felizes
dá-lhe os frutos de sabor
esquisito para o preparo da
umbuzada tradicional.
Sem falar das cantorias do grande músico Luiz Gonzaga, alegria do nosso Brasil, que canta a natureza desse bioma exclusivamente brasileiro, e a vida de seu povo resiliente e corajoso - "Espero a chuva cair de novo...Pra mim vortar' pro meu sertão..." (Figura 3).
Pantanal
Manoel de Barros, o poeta do Pantanal, também registrou a simplicidade com sofisticação, em seu livro "Memórias inventadas: a infância", publicado em 2003, por meio do poema, cujo nome já nos ensina muito: "Aprendimentos" - que conecta a história de vida com o ensino (Figura 4).
O filósofo Kierkegaard me
ensinou que cultura
é o caminho que o homem
percorre para se conhecer.
Sócrates fez o seu caminho
de cultura e ao fim
falou que só sabia que não
sabia de nada.Não tinha as certezas
científicas.
Mas que aprendera coisas
di-menor com a natureza.
Aprendeu que as folhas das
árvores servem para nos
ensinar a cair sem alardes.
Disse que fosse ele caracol
vegetado sobre pedras, ele
iria gostar. Iria certamente
aprender o idioma que as
rãs falam com as águas e ia
conversar com as rãs.E gostasse mais de ensinar
que a exuberância maior
está nos insetos do que nas
paisagens. Seu rosto tinha
um lado de ave. Por isso
ele podia conhecer todos
os pássaros do mundo pelo
coração de seus cantos.
Estudara nos livros demais.
Porém aprendia melhor no
ver, no ouvir, no pegar, no
provar e no cheirar.Chegou por vezes de
alcançar o sotaque das
origens.
Se admirava de como
um grilo sozinho, um só
pequeno grilo, podia
desmontar os silêncios
de uma noite!
Eu vivi antigamente com
Sócrates, Platão, Aristóteles
— esse pessoal.Eles falavam nas aulas:
Quem se aproxima das
origens se renova.
Píndaro falava pra mim
que usava todos os fósseis
linguísticos que achava
para renovar sua poesia.
Os mestres pregavam que
o fascínio poético vem das
raízes da fala.Sócrates falava que as
expressões mais eróticas
são donzelas. E que a
Beleza se explica melhor
por não haver razão
nenhuma nela.
O que mais eu sei
sobre Sócrates é que
ele viveu uma ascese de
mosca.
Pampa
O bioma da nossa Elis Regina, que deu vida eterna ao "Alô, alô Marciano" de Rita Lee em 1980:
Alô, alô Marciano
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar, estamos em
guerra
Você não imagina a loucura
O ser humano tá na maior
fissura porque
Tá cada vez mais down in
the high Society…
O Pampa - "País da solidão" de Barbosa Lessa, em seu livro de 1984, "Rio Grande do Sul: Prazer em conhecê-lo" - "o país dos horizontes sem-fim, das silenciosas lonjuras". Bioma da erva-mate dos guaranis que faz a identidade de seu povo com o chimarrão "da democracia" (Figura 5).
Mata Atlântica
A carta do mineiro de Itabirinha, escrita "À esquerda do Rio Doce, em 11 de setembro de 2020 - de Ailton Krenak para quem quer cantar e dançar para o céu" chama o "Alô, alô Marciano" cantada por Elis:
"Pensar o mundo pela lógica
das disputas virou a razão da
humanidade, como se essa
ideia tivesse uma natureza
própria. Em outras palavras,
o verbo disputar virou verbo
vida, passou a nomear o
princípio das coisas do
mundo. Mas como estar além
da violência que confirma
todos os dias o equívoco
da narrativa que diz que o
mundo foi criado para nos
servir e que nós estamos aqui
para incidir sobre ele? Como
estar além? Como deixar de
acreditar no mundo como
uma plataforma extrativista?
Como escapar desse vírus
gigante homo sapiens,
essa bactéria que come o
planeta?""Quando defendo que
precisamos voltar a sonhar é
porque precisamos acreditar
na criação de uma inteligência
sutil, movente, para permitir
que a vida, em sua diferença,
coexista.""Por isso, quando o céu
criar a pressão sobre a terra,
digo a você que dance, que
suspenda o céu! Os filhos
da terra precisam cantar e
dançar para que o céu possa
dar uma atmosfera vital,
necessária para o retorno
das flores, dos pássaros, das
borboletas, das matas, enfim,
para a celebração da vida..."
Sebastião Salgado, o mineiro de Aimorés - cidade com o nome comumente dado aos indígenas botocudos da região - é fotógrafo da natureza e de gente.
O conhecimento adquirimos nos livros, nos artigos, em nossos laboratórios, mas a sabedoria é de quem saboreia a natureza... quem fala de onde vem, de onde é. Sebastião Salgado fotografa a dignidade dessa sabedoria. O fotógrafo nos encanta com seu amor ao planeta quando nos partilha o convívio harmônico do homem em belezas intocáveis da natureza. Sebastião Salgado nos comove com as alarmantes injustiças sociais e a matança dos seres vivos. Fotografa a complexidade na qual o mundo se encontra, e a incapacidade da humanidade em evoluir, com a necessidade de cometer os mesmos erros. A militância fotográfica de Sebastião Salgado nos convida a promover e exigir o diálogo, para que pessoas encontrem bases de coexistência pacífica para seus povos e a natureza.
Em sua terra natal, recebeu do Pai uma fazenda, onde com a esposa e filhos decidiram reconstruir a Mata Atlântica dizimada - decisão que reuniu a "militância, profissionalismo, talento e generosidade" e nos faz "esperançar" por um remédio que ajude a cuidar das belezas da natureza e de seus seres vivos, a sarar a tristeza e refazer a coragem para lutar pela vida da Terra (Figura 6).