EDUCAÇAO
Arte estimula o aprendizado de matemática
Resolver operações matemáticas foi difícil para muitos dos gênios da ciência, e continua pouco atraente para muitos alunos em salas de aula. Muita gente pensa em vincular matemática com a arte para tornar o aprendizado mais estimulante.
O professor Luiz Barco, da Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo (USP) é um deles. "Há mais matemática nos livros de Machado de Assis, nos poemas de Cecília Meireles e Fernando Pessoa do que na maioria dos livros didáticos de matemática". Para ele, a matemática captura a lógica do raciocínio, assim como acontece com o imaginário na literatura, com a harmonia na música, na escultura, na pintura, nas artes em geral.
]]> Para o pesquisador Antônio Conde, do Instituto de Matemática e Computação da USP/São Carlos, a convivência entre arte e matemática aumentaria a capacidade de absorção dos estudantes. "O lado estético da matemática é muito forte, a demonstração de um teorema é uma obra de arte", conclui.
O holandês Maurits Cornelis Escher é, provavelmente, um dos maiores representantes dessa ligação, produzindo obras de arte geometricamente estruturadas. Ele provou, na prática, que é possível olhar as formas espaciais do ponto de vista matemático, ou sob o seu aspecto estético, utilizando-as para se expressar plasticamente. Após três anos estudando arquitetura, dedicou-se às artes gráficas e viajou dez anos pela Europa, para pesquisar o tema.
"Olhando os enigmas que nos rodeiam e ponderando e analisando as minhas observações, entro em contato com o mundo da matemática", dizia Escher, que morreu em 1972.
"A matemática e a geometria são uma linguagem, um código, enfim um recurso que a humanidade encontrou para ler e representar a realidade, assim como a arte", diz Márcia Feldman, assessora educacional da TVE/Rede Brasil, na série Arte e matemática.
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