MARIANA IANELLI
ALMÁDENA "Vive assim como quiseras ter vivido quando morras." |
Almádena, ensina-me a voltar. Já varri todos os mortos, ]]>
Não há restos no chão. Está feito, celebrado. Janelas e portas abertas, Agora chove, Está chovendo ainda. | ]]>
A lua do amarelo ao sono E essa estátua que me olha. Uma obra merecida, consumada. Eu desapareci, Almádena. Nada cumpre dizer Há uma única lâmpada, Há uma chave que nada guarda. A terra esplandece, |
Não há rumor nas coisas, Aqui não existe o medo, Está pronto, terminado. Um rasgo, um passo em falso, | As cores, como elas vibram, Eu desço e me arrebento, Todas as luzes, exceto uma. As nuvens se cruzam, Juntam-se e se afastam. Há uma brisa lá fora. O corpo está servido, Protege-me, Almádena. |
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Mariana Ianelli nasceu em 1979 na cidade de São Paulo. Formada em jornalismo e mestre em literatura e crítica literária, é autora dos livros Trajetória de antes (1999), Duas Chagas (2001), Passagens (2003), Fazer silêncio (2005) e Almádena (2007), todos pela editora Iluminuras. Colabora para os jornais O Globo - Prosa&Verso (RJ) e Rascunho (PR). Site oficial: www.uol.com.br/marianaianelli
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