Migração: as relações migratórias entre Brasil e Paraguai
Carolina Medeiros
O Paraguai teve a maior contribuição de migrantes para o Brasil na década de 1990, dos quais 80% eram brasileiros regressos, sendo a proximidade geográfica e as condições econômicas os principais fatores atrativos. As migrações, e as estatísticas produzidas a partir delas, geralmente se referem ao país de origem para o destinatário, mas pouco se sabe sobre os fluxos internos depois da entrada no Brasil. Fernando Gomes Braga, do Instituto Federal de Minas Gerais e Dimitri Fazito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), autores de artigo publicado na Revista GeoUsp - Espaço e Tempo (vol. 18, nº 3, 2014), propõem metodologia que permite verificar um subssistema interno com as microrregiões de maior concentração de migrantes.
]]> A análise foi feita baseada em dados do Censo Demográfico de 2010 e traça os caminhos percorridos pelos migrantes vindos do Paraguai. "As informações sobre a condição dos brasiguaios no retorno deixam claro que boa parte dessa população continua migrando internamente como estratégia de sobrevivência, já que muitos perdem os vínculos com o local de origem no Brasil quando da primeira migração em direção ao Paraguai", pontuam os autores.A partir da região transnacional os autores do estudo identificam quatro etapas de migração. As duas primeiras (redes 1 e 2) refletem a migração internacional entre Brasil e Paraguai; a 3 e a 4 mapeiam os fluxos internos e o "padrão geral", num fluxo crescente de migração. Na rede 1 estão os migrantes que moravam no Brasil em 1995, mudaram para o Paraguai em algum momento até 2000 e retornaram ao Brasil no período (6.784 migrantes em 243 microrregiões). À rede 2 se somam outros migrantes que dividem a mesma residência (17.728 em 279 microrregiões).
Na rede 3 estão os migrantes que se movimentaram pelas 279 microrregiões da rede 2, num total que supera 6 milhões. E a rede 4 engloba as 558 microrregiões em que foram identificados migrantes Paraguai-Brasil, com mais de 14,5 milhões de pessoas de 1995 a 2000.
As redes de migrantes internos que declaram o Paraguai como a último destino mostrou maior concentração nos estados de fronteira, definido como locus transnacional. Outras manchas com mais de 100 migrantes aparecem em estados agrícolas: Mato Grosso, Pará e Rondônia. "Pesquisas futuras podem caracterizar essas comunidades a partir de estudos de caso mais detalhados ou explorar variáveis censitárias de educação, inserção no mercado de trabalho e fecundidade, entre outras. Também se indicaram aqui as bases para um procedimento metodológico útil para comprovar a existência de sistemas migratórios complementares em áreas de fronteira, passível de futuras replicações", concluem.
Nome: Centro de Estudos em Direito e Política de Imigração e Refúgio
Líder: Charles Gomes
Área Predominante: Direito
Linhas de pesquisa: Políticas migratórias; Migrações internacionais; Políticas de refúgio ]]>
Instituição: Fundação Casa de Rui Barbosa
Contato: Email: cgomes@rb.gov.br - Homepage: http://www.casaruibarbosa.gov.br/interna.php?ID_S=119&ID_M=2688
Nome do Grupo: Centro de Estudos de Migrações Internacionais
Líder: Bela Feldman-Bianco
Área Predominante: Antropologia
Linhas de pesquisa: Nação e diáspora; Políticas migratórias; Migrações e deslocamentos sociais
Instituição: Unicamp
Contato: Email: bfb@uol.com.br - Homepage: http://www.unicamp.br/cemi/
Nome do grupo: Grupos de Estudos Migratórios na Amazônia
Líderes: Sidney Antonio da Silva; Márcia Maria de Oliveira ]]>
Área Predominante: Antropologia
Linhas de pesquisas: Mobilidades; Migrações; Amazônia
Institutição: Ufam
Endereço: Av Gal. Rodrigo Otávio Jordão Ramos, 3000 – Aleixo, Manaus (AM) Email: sidsilva@ufam.edu.br
Nome do Grupo: Laboratório de Pesquisas em Etnicidade, Cultura e Desenvolvimento
Líderes: João Pacheco de Oliveira; Antonio Carlos de Souza Lima
Área predominante: Antropologia
Linhas de pesquisa: Antropologia do Estado; Povos indígenas; Etnicidade; Migração
Instituição: Museu Nacional/UFRJ
Contato: Homepage: http://laced.etc.br
Nome do grupo: Núcleo de Estudos de População
Líder: Estela Maria Garcia Pinto da Cunha
Área Predominante: Demografia
Linhas de pesquisa: Saúde reprodutiva e sexualidade; Mobilidade espacial da população; Família, gênero e demografia; Demografia das etnias; Demografia e políticas públicas ]]>
Instituição: Unicamp
Contato: Homepage: http://www.nepo.unicamp.br/