A paleontologia foi chave no desenvolvimento e fortalecimento da teoria da evolução, mas isto é apenas um dos fatores de importância dessa área da ciência que tanto tem contribuído para o conhecimento da vida no nosso planeta. Mas, apesar da riqueza dos sítios arqueológicos do Brasil, há ainda carência de investimentos em pesquisas e em formação de profissionais da área que possam explorar os sítios já existentes e aqueles por descobrir. O Núcleo Temático desta edição da Ciência e Cultura, coordenado pelo paleontólogo e divulgador da paleontologia, Alexander Kellner, do Museu Nacional/UFRJ, reúne artigos que abordam estudos de fósseis, desde os microrganismos até plantas, peixes, répteis, aves e mamíferos, debatendo as novas técnicas e a legislação vigente, que ora protege e ora desfavorece a pesquisa nacional.
A seção "Tendências " traz os resultados da pesquisa do Ministério da Saúde que analisou o papel da mídia brasileira na prevenção das DST/Aids e hepatites virais, doenças estas com taxas crescentes de incidência em jovens brasileiros. A seção "Brasil " traz duas discussões importantes: a premência de se rever os processos de avaliação da ciência no Brasil e o funcionamento do controle da produção e comercialização de produtos orgânicos cujo consumo tem crescido muito nos últimos anos no país. Em "Mundo", a reportagem sobre o complexo arqueológico Perdigões, em Portugal, traz uma experiência inovadora que une arqueologia, participação comunitária e divulgação científica. O trabalho dos paleoartistas é um dos temas da seção "Cultura", em reportagem que mostra como a recriação artística da aparência de animais que viveram no passado é fundamental para os cientistas testarem hipóteses a respeito de um fóssil e uma importante ferramenta de divulgação científica. A maior exposição já feita no Brasil com a obra do artista catalão Miró também está nesta edição.
Boa leitura!
Marcelo Knobel
Editor-chefe
Outubro de 2015